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Judiciário em Movimento leva curso de Libras para servidores de Tangará

Assessoria TJ-MT 29/11/2019 Geral
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A pedagoga e professora de Língua Brasileira de Sinais da Rede Estadual de Educação, há oito anos atuando em Tangará da Serra, Jaiana Lacerda, foi a convidada especial de quarta-feira (27) para auxiliar o instrutor Jim da Silva Souza no curso de Libras, ofertado pelo Judiciário em Movimento, por meio da Escola dos Servidores, para 13 profissionais que trabalham no Fórum da Comarca.

  

Surda de nascença, a professora se surpreendeu ao saber que o Judiciário de Mato Grosso tem essa iniciativa inclusiva. Com ajuda do interprete de Libras Adakciel Tiago Martins Braz, que é professor de Libras na Unemat e pesquisador do tema pela Universidade Federal de Santa Catarina/Rosário, ela conta que achou muito importante a inclusão perante à sociedade. “Até para que a sociedade saiba quem é essa pessoa surda e assim possa melhorar a comunicação entre a comunidade surda e as pessoas ouvintes”, considera.

  

“Se os ouvintes desenvolverem a Língua Brasileira de Sinais no futuro podem se tornar interpretes. E assim quando alguma autoridade abordar um surdo teremos pessoas do Judiciário para ajudar na comunicação”, avalia. “Fiquei surpresa que em Tangará o Judiciário já se preocupou em fazer com que os servidores se capacitem em Libras e acho louvável”, afirma.

 

O curso de Libras tem carga horaria de 20 horas, teve início na segunda e segue até hoje, quinta-feira (28), com cinco horas de aula por dia. “O curso é básico, uma maneira de despertar o interesse dos servidores. Recebem uma apostila para levar para casa e assim ampliar a inclusão dos surdos”, aponta o interprete de Libras, Adakciel Tiago Martins Braz, que também é pesquisador do tema pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

  

Além do curso de Libras, o terceiro dia do projeto Judiciário em Movimento, idealizado pelo presidente do Poder Judiciário, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, e coordenado pelo juiz auxiliar da Presidência, Agamenon Alcântara Moreno Júnior, promoveu no Fórum de Tangará a continuidade do treinamento On the Job, com a instrutora Erika Viana Moraes e o segundo dia das capacitações de “Atualizações e inovações do Código de Processo Civil”, pela manhã, e Gestão de Secretária/Gabinete e prazos (CPC), à tarde, com o facilitador Welligton Corrêa.

 

“O objetivo é trazer a otimização do serviço através do conhecimento da legislação, você não faz reserviço, não repete erros e, com isso, quem ganha é o cidadão que busca pelos nossos serviços”, considera o facilitador. “O Judiciário em Movimento representa, para mim, a valorização do servidor. Comecei falando do CPC (Código de Processo Civil) e aqui, em Tangará, trabalho ainda com a gestão de gabinetes e secretarias para gerenciamento de trabalho. Trago minha experiência de 25 anos de Judiciário”, completa.

 

Nos dois treinamentos, o facilitador capacita 166 servidores dos Polos Judiciais de Tangará, Juína e Diamantino. Entre os quais, a técnica judiciária Luciana Pilatti, da 1ª Vara Civil de Tangará, há 25 anos no judiciário. “Acho muito importante o Tribunal vir até nossa casa, nos capacitar. Nos sentimos valorizados e motivamos para atender ainda melhorar nossa comunidade”, afirma. “Mesmo o TJMT dando condições do servidor ir até Cuiabá para se capacitar, muitos não podem sair da Comarca, mas a Escola vindo até aqui dá oportunidade para todos”.

  

Magistrados – Enquanto os servidores participavam dos treinamentos na sede do Fórum, 16 magistrados dos polos contemplados nesta quarta edição do Judiciário em Movimento recebiam instruções da Coordenadoria Militar do TJMT sobre direção defensiva e evasiva. Concluindo a carga horária de 24 horas do curso “Segurança institucional e autodefesa para magistrados”, oferecido pelo projeto por meio da Escola Superior da Magistratura (Esmagis) em parceria com a Comissão de Segurança e a Coordenadoria Milita do Poder Judiciário de Mato Grosso.

  

A atividade ocorreu, das 7h às 15h, no aeroporto do município, além da teoria, os juízes puderam praticar manobras de escape, sempre com a supervisão de instrutores, acompanhamento do desembargador Mário Kono e da presidente da Comissão de Segurança de Magistrados, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro e apoio do Corpo de Bombeiros.

O juiz da 1ª Vara Civil de Juara, Juliano Hermont Hermes da Silva, disse que conseguiu aproveitar os conhecimentos repassados não só para a própria segurança como também para uso nas decisões que vir a proferir. “Alguns conhecimentos que adquirimos nos permite usar até no julgamento de um processo, a exemplo da aula de tiro, munição, marcas. Além disso, estamos no interior e sempre precisamos nos deslocar à Capital, como a profissão é de risco, temos que estar preparados caso tenhamos que conduzir o veículo para sair de uma situação, da melhor maneira possível”, aponta. “Juara fica a 700 km da Capital, quando o Judiciário realiza encontros em polos mais próximos permite a troca de informações com os colegas”, cita.

  

A programação ainda prevê a Jornada de Estudos, com o Seminário “Prisão cautelar na visão do STJ”, proferido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Joel Ilan Paciornik, na noite de quinta-feira (28) e audiência pública: Elaboração do Planejamento estratégico do Poder Judiciário 2021-2026, na sexta-feira (29). Além de atendimento à população por meio de serviços da Justiça e de cidadania.

  

O diretor do Fórum de Tangará, juiz Anderson Junqueira, lembra que a sexta-feira (29) foi pensada para atender a população e convida toda comunidade para participar das atividades no Fórum. “Já foi o tempo em que o judiciário era um Poder não inclusivo. Hoje, somos pela inclusão. Na sexta-feira, teremos vários estandes de serviços que são ofertados costumeiramente à sociedade e uma audiência pública para angariar informações para elaboramos nosso planejamento estratégico quinquenal. É a oportunidade que o cidadão tem de participar e dar a contribuição para a ampliação da Justiça”, reafirma.



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