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IFMT realiza formatura de 42 índios em curso FIC no campus Campo Novo do Parecis

Carla Londero – Ascom IFMT Campus Campo Novo do Parecis 03/12/2019 Educação
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Na última sexta-feira, 29 de novembro, ocorreu a cerimônia de certificação de 42 indígenas, que concluíram o curso de Gestão de Negócios, modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC), promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), campus Campo Novo do Parecis.

 

O curso teve início no dia 19 de agosto e foi encerrado na última semana, após completar a carga horária total de 160 h, distribuídas em aulas nos períodos matutino e vespertino, uma semana por mês.

 

O objetivo foi atender a demanda da educação voltada aos indígenas, visando capacitá-los para o trabalho em gestão de negócios em suas aldeias e, além disso, buscou desenvolver aptidões para a vida produtiva e social, qualificar para o trabalho e favorecer a elevação de capacitação profissional dos representantes da comunidade indígena.

 

A cerimônia de certificação ocorreu na Câmara Municipal de Vereadores de Campo Novo do Parecis, contando com a participação de autoridades, servidores do campus e comunidade indígena.

 

O diretor Geral, substituto eventual, do campus, Jeferson Novaes, frisou o compromisso da instituição com uma educação de qualidade e de inclusão, ressaltando o orgulho de certificar os alunos concluintes do curso.

 

Para William Benedito, Diretor de Ensino do campus, destacando a qualidade de ensino no IFMT e reforçou a importância da parceria entre a instituição e a comunidade indígena para a obtenção de êxito na oferta desse curso.

 

O Presidente da Associação Waymarê, Paulo Zenazokemae, parabenizou cada um que somou e tornou possível a qualificação de seus colegas. “A oportunidade de estudar veio através de parcerias. Hoje temos 42 indígenas capacitados e aptos a ajudar as comunidades indígenas”, agradeceu.

 

Para o Presidente da FUNAI, Marcelo Augusto Xavier da Silva, esse curso é exemplo de um belo trabalho que está sendo executado. “Ações como essa são viabilizadas através de parcerias entre a comunidade, cooperativas, FUNAI e instituições de Ensino. Parabéns ao IFMT pela iniciativa e oportunidade”, disse.

 

Quem também compôs a mesa de autoridades e fez o uso da palavra foi o Cacique da Aldeia 4 Cachoeiras, Narciso Kazaizoese. “Eu não tive estudo, mas entendo que estudar é necessário. Os professores fazeram bem para a comunidade indígena e estou muito feliz porque é uma oportunidade para a comunidade. Sem estudo não somos mais nada. Hoje a arma da gente é o estudo. Hoje vocês estão recebendo o reconhecimento de seus esforços”, elogiou sabiamente.

 

Também estiveram participando da cerimônia de certificação o Deputado Federal Neri Geller, que enalteceu a parceria das Associações e instituição. “Me orgulho de fazer parte desse momento histórico”, disse.

 

O Prefeito Rafael Machado, participou da solenidade de entrega de certificados e parabenizou todos os envolvidos.

 

O coordenador indígena do projeto de capacitação, Genilson André Kezomae, muito emocionado e agradecido, destacou também a importância das Organizações Não Governamentais (ONGs), TNC e OPAN, que tiveram papel fundamental na realização do curso, visto que custearam transporte, alimentação e hospedagem aos alunos indígenas.

 

Participaram da cerimônia amigos e familiares indígenas, caciques e lideranças indígenas, representantes das ONGs, da Funai, servidores do IFMT, autoridades locais e de Sapezal, representantes de cooperativas e deputados.

 

Foi uma noite emocionante e histórica, marcada por conquistas e muita cultura. “Como ação da educação, o curso se constituiu numa forma de viabilizar uma relação transformadora entre IFMT e a comunidade indígena, firmando o compromisso da nossa instituição com a inclusão e garantia dos direitos constitucionais dos indígenas em relação ao direito à educação”, findou Benedito, ao falar da primeira turma formada 100% por alunos indígenas de um curso ofertado pelo campus, que proporcionou não somente enriquecimento profissional aos participantes, mas também garantiu uma troca de experiências e a aproximação entre estudantes indígenas e não indígenas.



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