Alunos da zona urbana não terão transporte para se deslocarem até a escola
O Centro Municipal Agrícola de Ensino Ulisses Guimarães foi alvo de rumores de um possível fechamento no último fim de semana em Tangará da Serra. O assunto ganhou força, uma vez que a Secretaria Municipal de Educação (Semec), determinou que alunos que residem na zona urbana não terão transporte para se deslocarem para a instituição, situada na Estrada do Mutum, zona rural da cidade.
A polêmica acabou motivando a emissão de uma nota por parte do prefeito municipal, Fábio Junqueira, que alegou que não haverá encerramento de atividades, mas sim, atendimento somente a alunos que moram na zona rural. “Na verdade a Escola não vai ser fechada. Vai atender apenas as matrículas de quem morar lá na região. Hoje o que acontece é que tem ônibus trazendo alunos de lá para estudar aqui na cidade e vai ônibus levando alunos daqui pra lá. O número de alunos é muito pequeno e muitos professores. São 68 alunos para 15 professores. A média aluno/profissional da educação é baixíssima, com avaliação baixa e ainda com transporte muito oneroso, pois são diversos ônibus andando pingados pela cidade inteira para levar 60 alunos para lá”, afirmou.
De acordo com a Semec, a responsabilidade por atividades de apoio à agricultura familiar na instituição foi repassada à Secretaria Municipal de Agricultura (Seapa), que mantém unidade experimental no local e trabalha com programas de produção de leite e criação de animais. A nota destaca ainda que alunos não podem exercer trabalhos braçais, com uso de ferramentas como foices, enxadas entre outros. “A gente leva alunos para lá, mas não tem mais atividade agrícola para os alunos desde o ano de 2009. Este ano estavam indo cerca de 60 alunos e apenas 12 alunos ficavam lá. Mantivemos cerca de 15 profissionais da educação para uma média de 70 alunos, o que dá uma média de 1 profissional para cada 5 alunos. Fora motoristas de cerca de cinco ônibus que fazem linhas para levar os alunos para lá e depois buscar”.
Ainda segundo a nota, parcerias foram sugeridas com os campi locais do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) para designar profissionais para as aulas, mas não houve resposta.
O diretor do IFMT, Gilcelio Peres, rebateu a declaração. Ele confirmou que a instituição foi procurada, mas de maneira informal e que pelo fato de não possuir em seu quadro professores da área de agricultura, a oferta de curso técnico na área seria inviável.