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Maternidade e realidade

Rosana Leite Antunes de Barros 08/01/2020 Artigos

Há quem tenha grande vontade, intuito e responsabilidade de procriar; outros, não

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Mulheres nasceram para ser mães? E os homens, nasceram para a paternidade? E a procriação? É certo que em épocas bastantes remotas da história, a mulher possuía o primordial papel de gerar filhos e filhas. Hoje, vivemos outra era, onde é preciso discutir e refletir sobre a responsabilidade em originar vidas.


Há, e sempre houve, certa romantização em torno da maternidade. Desde crianças as meninas embalam bonecas como se filhas fossem. Sonham, assim, com o passar do tempo, em torno da maternidade. Muitas mulheres e homens nasceram com grande vontade, intuito e responsabilidade de procriar. Outros e outras, não.


Os bebês, em sua inocência, são encantadores! Porém, cada qual virá com características próprias. Estejam certos e certas: nenhuma criança virá em forma especial para servir aos encantos de sonhadores e sonhadoras. Ao nascerem, existe o período de adaptação, que nada mais é do que o reconhecimento materno e familiar. O choro, as mamadas em sequência e as dorzinhas de barriga são apenas exemplos de situações a se enfrentar de “cara”. Primeiro a preocupação se irão conseguir mamar. Após, irão comer? Aprenderão a falar? Gostarão de estudar? Mas, a garantia: isso é o de menos...


Ter em mente que os descendentes nascerão, e, terão vontades a serem respeitadas, é preciso. Serão pessoas como outras quaisquer, com livre arbítrio. É risível perceber pais e mães escolhendo profissões e opções aos seus, como se fossem robôs à disposição de comando. Por óbvio que sempre almejam o melhor, sendo responsabilidade e premissa a educação e o “Norte” para a vida futura. Salvo raras exceções, os ascendentes só ambicionam o bem para aqueles que advieram de seu tronco.


Com a globalização o mundo ficou cheio de alternativas e mais livre. Dessa forma, muitas vezes, as orientações a serem seguidas por filhos e filhas não será a mesma escolhida por aqueles e aquelas que o geraram.


Sem contar que pais e mães podem sofrer uma das maiores dores do mundo: a inversão natural das coisas da vida. Explico. Eles e elas podem adoecer gravemente, e partirem prematuramente. Acidentes também são exemplos para as mortes inesperadas. Estás preparado ou preparada? Pode acontecer...


Anteriormente, as mulheres, quase em sua totalidade, geravam filhos e filhas. Com a independência, passaram a engravidar mais tarde, ou, optar por não gestar. Há, com toda certeza, maior raciocínio quanto à essa grande responsabilidade. Mesmo aqueles e aquelas que almejam conceber, escolhem por menor quantidade de filhos e filhas. São os riscos do mundo atual, até pela violência crescente.


É grande erro dos seres humanos a tentativa de querer se realizar em outras pessoas, ou, deixar a sua felicidade nas “mãos” de outros e outras, máxime, dos filhos e filhas. As realizações devem ser pessoais, sem “jogar” para outros e outras as frustrações. As decepções podem aparecer, e, com muita frequência. Por derradeiro, apesar do imenso amor: o sono nunca mais será o mesmo...  
                       


ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual.

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