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Produtores querem fim do Fethab e 100% do valor aplicado em estradas precárias

RD News 20/01/2020 Rural
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Produtores rurais esperam que até 2022, o Fethab do milho e o adicional chamado Fethab 2 sobre a soja sejam extintos. A contribuição criada no ano passado sobre o milho pelo governador Mauro Mendes (DEM), com aprovação da Assembleia, tinha perspectiva de arrecadar mais de R$ 150 milhões até dezembro. Já o aumento da tarifa sobre a soja visou arrecadar cerca de R$ 900 milhões sobre a soja.

 

O presidente da Aprosoja, Antônio Galvan pondera que o impacto para os produtores de milho só não foi prejudicial porque o preço do cereal valorizou ao longo do ano. “Na prática, continuamos contrários ao Fethab Milho. É uma tributação e não uma contribuição. O que está acontecendo com o milho hoje é uma exceção. Eu mesmo tinha definido em não plantar milho ano passado, pelos valores que estava naquele momento. Não era rentável. Há poucos anos que o milho é rentável em Mato Grosso”, relata o presidente, que neste ano pretende aumentar a área plantada em razão da melhor rentabilidade.

Segundo Galvan, alguns fatores contribuíram para a virada do preço do milho no último ano, tais como o período de estiagem que comprometeu a produção na Índia e a quebra de safra em mais de 35 milhões de toneladas dos Estados Unidos. Já em Mato Grosso, também aumentou o consumo interno do grão, em razão do início da atividade de usinas de etanol de milho em Sinop e em Lucas do Rio Verde.

 

“O mercado demandou, então hoje com o preço que está o milho dá rentabilidade. Mas se o mercado tivesse continuado com aquela realidade, não teria como plantar milho. Agora, diante da demanda não dá para fugir da tua atividade”.

 

Em 2019, como protesto ao Fethab Milho, os produtores chegaram a marchar em protesto na Assembleia e no Palácio Paiaguás, para pedir a extinção da taxação. O governo não atendeu a demanda. “Continuamos críticos. Não aceitamos e não vamos aceitar que não seja aplicado 100% do Fethab em infraestrutura. Esperamos que em 2022 encerre a cobrança do Fethab Milho e o adicional da soja”.

 

Por ocasião da criação do Fethab do Milho, o preço da saca de milho era comercializada em Mato Grosso na média de R$ 21, chegando a R$ 40, em período de maior comercialização. Hoje o preço se situa em R$ 33.

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