Diário da Serra
Diário da Serra

Peste suína na Ásia eleva preço da carne de porco no Brasil

Paulo Desidério - Redação DS 27/01/2020 Rural

Brasil é o 4º maior produtor de suínos do mundo

Rural

Com origens na África Subsaariana, a Peste Suína Africana (PSA) tem arrebatado número altíssimo de porcos pelo mundo, em especial, a China, maior produtor mundial desta carne. Para se ter ideia, a Organização das Naçoes Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que 7.888.768 suínos já foram sacrificados em países asiáticos devido a contaminação da doença, que não atinge o homem.

 

"Já foram encontrados focos na Polônia, a apenas 20 quilômetros da fronteira com a Alemanha, que é um dos principais produtores e exportadores de carne suína da Europa. A Polônia já tem 55 focos, mas não é exportadora. Então, isso não causou por enquanto nenhum impacto no mercado mundial de carne suína", explicou o especialista Ricardo Arioli ao programa Primeira Hora da Serra FM, ao pontuar que com a crise na criação de porcos em território chinês, o país precisou importar carne de outras nações.  

 

Ricardo destaca que a doença que vem sendo transmitida por javalis (porcos selvagens) poderia acarretar alguns problemas, caso avance pelo mundo. Segundo ele, camponeses estão colocando cercas em pontos estratégicos da fronteira entre Polônia e Alemanha, para evitar que os animais contaminados invadam o solo germânico.

 

“Caso a Alemanha seja infectada, a China vai parar de comprar da Alemanha. A China talvez tenha sido o país mais atingido pela peste suína africana e está buscando em outros países como Alemanha, Brasil e Estados Unidos a carne suína, que é a carne mais consumida por lá. Isso, de certa forma, fortaleceria o Brasil porque nós teríamos uma demanda pela carne suína ainda mais firme do que já está", colocou.

 

Com relação a alta da carne bovina, sentida exclusivamente na reta final de 2019, Arioli frisa que os brasileiros não perceberam a mudança, que proporcionou maior alta agora na carne de porco neste princípio de ano. Ele frisa que, mesmo com chances pequenas de um surto no país, os órgãos competentes devem se resguardar.

 

"A carne que mais subiu em relação a janeiro de 2019 foi a carne suína, que estava em um preço realmente bem abaixo em relação ao preço que chegou no final do ano. Agora, precisamos ver o que vai acontecer e temos que tomar algumas medidas sanitárias aqui no Brasil para evitar que algum surto de peste suína entre em nosso território. Acho que isso não vai acontecer, mas é uma ameaça e acho que as autoridades estão cuidando disso", completou.

Diário da Serra

Notícias da editoria