A quarentena pode ser um momento de mais valorização familiar, de mais percepção de tudo aquilo que está a nossa volta, pode ser um momento de análises e observações
De maneira repentina mudamos o nosso cotidiano, nosso modo de vida, nossos hábitos, mudamos nossa rotina. A ameaça e o avanço do Covid-19 fizeram com que o Brasil e o mundo revissem o percurso dos dias. Nos tornamos caseiros sem desejar, nos tornamos mais cuidadosos e cautelosos. Aprendemos de novo o que já sabíamos, mas nem sempre praticamos. Hábitos simples de higiene como lavar as mãos com frequência parece termos aprendido ontem, gesto que nem sempre valorizamos ou damos importância em nossas obrigações diárias, mas que nesse momento é imprescindível, é de fato uma obrigação para cada pessoa e para com todos que estão perto. Gestos típicos de nossa cultura como abraçar, saudar e beijar tornaram-se proibidos e riscos sérios á saúde pública. Que mudança! A quarentena que é um modo de vida reservado com o mínimo de contato com outras pessoas e o máximo de distanciamento social uniu o país em torno do combate à um vírus. Claro que nesse interim encontramos as diferenças sociais, econômicas e religiosas, diferenças que aproximam e ao mesmo tempo afastam pessoas. O “fica em casa” infelizmente não pode ser cumprido por todos, além de diversos profissionais da saúde, da segurança e da imprensa, existem aquelas pessoas que estão pelas ruas de nosso país. Desigualdade social, um “vírus” que ainda não conseguimos união suficiente para combater. As divergências de opiniões também são evidentes diante deste momento pandêmico, especialmente nas redes sociais, acessada infinitamente mais do que o comum. Estamos em estado permanente de alerta, de crianças a pessoas idosas, a responsabilidade é geral, é nacional. A bandeira agora é pela saúde, independente de lado. A quarentena pode ser um momento de mais valorização familiar, de mais percepção de tudo aquilo que está a nossa volta, pode ser um momento de análises e observações. Podemos aprender algo novo, podemos ler um livro que há tempo não conseguíamos, podemos aprender uma nova arte, tocar um instrumento, a cuidar de nossas pequenices, podemos limpar nossas gavetas, nossos armários, podemos escrever um livro se nos esforçarmos. Podemos ensinar algo bom para alguém em casa, podemos ajudar mais nas tarefas domésticas, podemos organizar nossos estudos escolares e acadêmicos. Podemos fazer cursos online. Podemos inovar, criar. Podemos rezar terços, novenas, preces, orações, fazer rezas. Podemos aprender uma receita nova. Podemos nos cuidar mais. Podemos pintar, podemos ser pessoas melhores para quando tudo passar voltarmos diferentes para nossos afazeres de rotina.
Prof. Me. Sebastian Ramos
professorsebastian@hotmail.com
