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Presidente da Associação dos Caminhoneiros de Tangará fala sobre 'efeito coronavírus' para a classe

Paulo Desidério - Redação DS 25/03/2020 Geral

Edgar Laurini revelou preocupação com Covid-19 e fez apelo a caminhoneiros com mais 60 anos

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Classe trabalhadora responsável pelo escoamento da produção, os caminhoneiros também estão sentindo na pele os efeitos provocados pelo surto do coronavírus no país. Com as medidas de restrição de circulação de pessoas e o comércio fechado em grande parte dos municípios, pegar a estrada ficou ainda mais arriscado.

 

O presidente da Associação dos Caminhoneiros de Tangará da Serra, Edgar Laurini, revela a preocupação do setor que acaba sendo afetado diretamente neste momento, em que a situação vai muito além dos perigos que a estrada por si só oferece.

 

"Nós, caminhoneiros, somos do grupo de risco. Estamos na estrada, estamos com problemas seríssimos em todos os sentidos. Abastecer o caminhão a gente está abastecendo, conseguindo chegar, falta de combustível não é o problema, os postos estão atendendo. Mas estamos com um problema seríssimo na manutenção dos caminhões. A gente tem que rezar e pedir a Deus que não dê problema no caminhão. As oficinas foram fechadas, borracharias estão fechadas, manutenção em geral. Corremos risco de parar os caminhões por esse fato", declarou.

 

Sobre a parada, Laurini reforçou que o momento pede cautela. Para ele, a quarentena adotada praticamente no mundo todo exige reflexão e organização por parte de todos.

 

“A gente não sabe até onde essa epidemia pode chegar na nossa cidade. Estamos fazendo nossas viagens dentro do estado e tem caminhões chegando de todo o Brasil. Ninguém sabe o risco que estamos correndo, na realidade. Não vamos criticar. Vamos apoiar e vamos nos organizar. Será um momento de reflexão, saber aquilo que a gente precisa e como precisa", acrescentou.

 

Com relação às medidas adotadas pelo governo do estado e pela Prefeitura Municipal de Tangará da Serra, Laurini destacou que os números baixos apontam que as medidas adotadas vem funcionando. Com apenas 7 casos confirmados, Mato Grosso está entre os estados brasileiros com menores índices de contaminação.

 

"Está de parabéns o estado de Mato Grosso, a cidade de Tangará da Serra, mas precisamos sentar com as autoridades e rever alguns pontos que não são corretos, não estamos conseguindo chegar. Se tem um simples problema no pneu, para um caminhão carregado com arroz, com feijão, com medicamento, com oxigênio para os hospitais, tem o correio. São muitos caminhões de diversas mercadorias circulando. Nós precisamos sim rever alguns pontos para podermos trafegar com nossos caminhões", acrescentou Edgar, ao pedir que caminhoneiros, em especial os sexagenários, permaneçam em casa.

 

“Fiquem em casa, os caminhoneiros acima de 60 anos fiquem no seu lar e aguardem que em algum tempo tudo vai estar voltando a normalidade. Tem que ter cuidado e as autoridades tem que ter mais clareza com a situação que a gente se encontra.

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