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Médico alerta para falta de leitos de UTI em Mato Grosso

Paulo Desidério / Redação DS 29/03/2020 Saúde

Vítima fatal de Nova Olímpia não conseguia vaga

Doutor José De La Bandeira

O médico José De La Bandeira, que atuou por anos na saúde pública em Tangará da Serra, está atendendo em Nova Olímpia. Ele foi quem atendeu Francisco Gonzaga, de 64 anos, que foi a óbito na noite do último sábado na cidade vizinha a Tangará da Serra, com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus.


Preocupado, Bandeira fez um desabafo em seu perfil nas redes sociais, alertando para a estrutura inadequada da saúde pública para lidar com surtos de alto índice de contaminação como o Covid-19. Um dos problemas apontados pelo médico foi a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


“UTI zero no Mato Grosso. Foi o que ouvi das 8 da manhã às 21 horas, até o paciente morrer. Desde as 8 horas da manhã que procuramos uma UTI e a resposta foi UTI zero. Estamos preparados para enfrentar uma epidemia ou despreparados para morrer? Políticos, me respondam. Onde estão as UTI’s que tem no Brasil?”, questionou, ao manifestar revolta e declarar que a situação é “injusta aos menos favorecidos”.


Além do coronavírus, pacientes acometidos por outras doenças também acabam precisando do uso das UTI’s. O Ministério da Saúde afirmou no dia 15 deste mês que o país conta com 14,8 mil leitos e abriu licitação para adquirir mais 2 mil. A Associação de Medicina Intensivista Brasileira (AMIB), declarou que o total de leitos cumpre recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere 1 a 3 leitos para cada 10 mil habitantes. No Brasil, o índice é de 2. Entretanto, o órgão sugeriu que o Brasil precisaria de mais 2.960 leitos, quase mil a mais do que os licitados pelo Ministério da Saúde.
 

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