As aulas foram suspensas no dia 23 de março em todo o Estado
“Escola está totalmente triste”, desabafa diretora
Sem aulas presenciais há dois meses devido à pandemia do novo coronavírus, as escolas tiveram que desenvolver iniciativas para que os alunos não fiquem sem atividades. As aulas foram suspensas no dia 23 de março em todo o Estado.
Em Tangará da Serra, as escolas da rede particular, por exemplo, estão trabalhando de forma online, na modalidade a distância, através de portais e/ou aplicativos, seguindo com conteúdos programados para o ano letivo.
Na rede municipal diversos recursos também estão sendo utilizados pelos professores, desde a distribuição presencial de tarefas e materiais didáticos aos pais ou responsáveis, para quem não tem acesso à internet, até a utilização de plataformas digitais e rede sociais.
Na rede estadual as atividades seguem praticamente na mesma linha, porém sem a 'participação' do professor. As atividades que estão sendo enviadas aos alunos foram produzidas por uma equipe da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), sem a participação do professor local. “Um processo muito novo, que estamos aprendendo a lidar com isso”, analisa a diretora da Escola Estadual Professor João Batista, em Tangará da Serra, Sandra Ferreira Ramos, ao destacar que o material foi criado para não deixar os alunos ociosos. Segundo ela, já são seis semanas com atividades, com auxilio de maneira voluntária dos professores, que seguem em casa, em isolamento.
Para a diretora, são momentos difíceis vividos por todos, e sem expectativa para retorno. “Não temos expectativas de que as aulas voltem tão cedo”, analisa a educadora, ao desejar que todo o caos passe rápido e a escola volte a ter vida. “A gente espera que o retorno seja logo, porque enquanto gestora é angustiante não ter aula. A escola está totalmente triste, fica esse vazio”. Por determinação da Seduc, as escolas estaduais estão trabalhando somente com a presença das secretárias e diretores.
Secretário afirma que estudantes devem voltar às aulas "quando tiver segurança"
RD News
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, projetou que os estudantes devem retornar às aulas "quando tiver segurança", mas sem apontar um prazo. Isto porque especialistas em educação defendem que o ano letivo de 2020 deve ser cancelado por conta da epidemia de coronavírus. Em coletiva virtual o gestor disse que o retorno pode ampliar o número de casos.
“O retorno dos alunos às salas de aulas vai ampliar, de forma significativa, a infecção em Mato Grosso. Nós conhecemos as estruturas da educação. Não temos capacidade técnica de dividir as turmas, porque não temos edificações nesse momento. Então, o retorno das aulas na forma tradicional será sim um novo ingrediente para o transporte do vírus”, disse.
Gilberto disse que a maioria das crianças têm o vírus, mas são assintomáticas. Assim, os menores podem ser vetores da doença e contaminar pais e idosos. Em seguida, o secretário afirma que Mato Grosso ainda está no começo da epidemia. “Nós teremos números muitos maiores, diários, pela frente. Eu disse e acredito que ela vai se arrastar por vários meses. E nós vamos ter dias mais difíceis do que temos hoje”. Por isso, ele acredita ser pouco provável o retorno das aulas neste cenário.