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EM TANGARÁ – Bióloga explica motivo dos ataques de ariranhas a banhistas

Andrezza Dias / Semana7 07/07/2020 Geral

Elas costumam ser agressivas quando se sentem ameaçadas

Mulher foi atacada e ficou gravemente ferida em Tangará

Nos últimos 15 dias, duas famílias foram atacadas por ariranhas no Rio Sepotuba, em Tangará da Serra.  As vítimas tiveram ferimentos graves nas pernas, pés e outras partes do corpo. Ataques de ariranhas não são comuns, no entanto elas costumam ser agressivas quando se sentem ameaçadas.


O caso mais recente ocorreu no início deste mês, após uma família de São Paulo vir para o município visitar parentes. Ao ver a esposa sendo atacada pelos animais, o marido pulou no rio para ajudá-la e também foi ferido.


Já o primeiro caso foi registrado em junho, quando uma criança também foi mordida várias vezes pelas ariranhas e teve lesões graves. Ambos os incidentes aconteceram no Rio Sepotuba, próximo ao assentamento Antônio Conselheiro. Os banhistas foram socorridos por equipes do Samu.


A bióloga e coordenadora do Museu de História Natural do Araguaia (MuHna/UFMT), Márcia Cristina Pascotto, disse que as ariranhas vivem em grupos e são muito territorialistas. Cada grupo pode defender uma região de cerca de 10 a 30 quilômetros de extensão, o que pode explicar os ataques no mesmo rio.


Conhecidos pela valentia, esses mamíferos de água doce enfrentam até onças para proteger a espécie. Para Márcia, essa é a principal explicação para os ataques. “As ariranhas têm filhotes no início da estação seca, eles nascem entre agosto e setembro. Então, provavelmente havia alguma fêmea gestante no grupo e como elas são muito sociais acabam atuando junto e defendendo seu território”, esclarece.


Márcia ressalta que ataques de ariranhas a banhistas são raros e como houve duas situações no mesmo rio, alerta que as pessoas devem tomar cuidado por ser o local onde os animais se reproduzem.
 

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