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Deputado chama prefeito de centralizador até na pandemia e avalia outros nomes

Andhressa Barboza / RD News 27/07/2020 Política

Doutor João (MDB) é deputado na região de Tangará da Serra e reclama que prefeito não busca auxílio nem na pandemia

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A gestão do prefeito de Tangará da Serra, Fábio Junqueira (MDB), não tem agradado nem mesmo aos apoiadores e correligionários. Considerado “centralizador” e de pouco diálogo, tem afastado aliados como o deputado estadual Doutor João (MDB) que diz não ter sido procurado pelo colega nem mesmo durante a pandemia da Covid-19. O parlamentar ainda comentou sobre as eleições de municipais de 15 de novembro, descarta ser candidato e diz que ainda não definiu apoio.


“Fábio é uma pessoa séria, bem intencionada, mas é centralizador, ouve pouco. Ele é prefeito, secretário de saúde, de educação, ele é tudo. Tem que escolher pessoas técnicas, alto nível, precisa escutar mais gente, é um problema do estilo dele de fazer política”, avaliou Doutor João.
 

O município com mais de 130 mil habitantes também tem sofrido com os casos de Covid-19 que já fez 24 vítimas fatais e são mais de 1,7 casos. Em todo o Estado, são 41 mil pessoas infectadas e 1,5 mortos pela doença.
 

Mas nem mesmo diante do quadro, o prefeito teria procurado parlamentares para ajudar na crise. A inabilidade do colega é considerada frustrante para Doutor João, que tem mais de 40 anos de experiência em saúde pública e afirma não ter sido acionado por Fábio. “Sou um deputado da região, tive muitos votos, mas ele não procura, gosta de resolver tudo sozinho. Somos do mesmo partido, sou uma pessoa tranquila, sempre trabalhei com saúde pública e sempre estive à disposição para ele. Pelo que sei, toda a bancada do estado no Congresso tem simpatia por Tangará”.


Mesmo assim, o município tem estrutura econômica considerada estável. Com PIB per capta de R$ 31 mil, o comércio e atividade agrícola dão suporte para a gestão pública, de acordo com o parlamentar.
 

Uma das preocupações é ainda com a cultura política local, pois a oposição, segundo o deputado, também tem um papel importante. “Existe um defeito grave em Tangará, o prefeito ganha a eleição e a oposição bate muito. Tem que pensar mais na cidade, a oposição hoje é mais combativa do que construtiva”.
 

Parlamentar avalia apoio a candidatos
 

Sem definir ainda quem deve apoiar nas eleições municipais de novembro (19 e 25, onde há 2º turno), o deputado pretende estabelecer boas relações com quem for eleito. Hoje, o que se tem construída é possibilidade do vice-prefeito, Renato Gouveia (PR), sair candidato.
 

Mas outros dois nomes também são considerados fortes, como o segundo colocado na última disputa, Reck Junior (PSD) e o terceiro Vander Masson (PSDB), filho do ex-deputado Saturnino Masson. “Gostaria de fazer muito mais por Tangará, mas não posso forçar a barra, o Fábio é centralizador, vamos ver quem vai ser o próximo. No final vamos acabar apoiando alguém, mas independe de quem ganhar, garanto que estarei do lado da cidade”, diz.
 

Sobre lançar seu nome à Prefeitura, ele considera que não há essa possibilidade. “Não tenho nem 2 anos de mandato, meu propósito é ajudar a região do Médio-Norte todo, iria trair a população que me elegeu saindo candidato agora. Prefiro o Legislativo, é onde sou mais útil”.

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