Diário da Serra
Diário da Serra

Caso Rodrigo Claro: Tenente Ledur perde promoção por "quesito moral"

Gazeta Digital 03/07/2019 Polícia
Polícia

Quesito “conceito moral” barra promoção da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur, acusada de tortura com resultado morte do aluno Rodrigo Claro, 21.

 

É a quarta vez que Ledur entra na lista almejando a ascensão de cargo para capitã. As outras tentativas ocorreram mesmo com ela estando afastada por atestados de saúde. Apesar de ter sido aprovada nas etapas de saúde e condicionamento físico, Izadora não preencheu a última etapa, que é a análise de conceito moral.

 

Por responder a crime de tortura e ao Conselho de Justificação, ela não se enquadra na promoção. “A comissão decidiu por unanimidade não incluir no quadro de acesso por antiguidade a 1ª tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps por estar respondendo a processo penal por tortura (aluno Claro) e Conselho de Justificação, não preenchendo assim o requisito”, confirma boletim do Corpo de Bombeiros.

 

 

No mês passado a tenente passou a responder a um novo inquérito policial militar, também por tortura. Desta vez o denunciante é o ex-aluno Maurício Santos, do 15º curso de Formação do Corpo de Bombeiros, em 2015.

 

Maurício conta que sentiu dificuldades na travessia da lagoa, momento que foi abordado por Ledur que começou a xingá-lo e, em seguida, iniciaram as sessões de afogamento. Ele diz que chegou a desmaiar e teve que ser levado à policlínica. “Fui obrigado a deixar de ser bombeiro para estar vivo aqui hoje, caso contrário teria sido eu ao invés do Rodrigo. Meu sonho foi destruído pela Ledur”, afirma.

 

Rodrigo Claro morreu no dia 15 de novembro de 2016 após participar de treinamento e atividades aquáticas. Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima foi submetida a sessões de afogamento durante a travessia na lagoa, sob o comando da tenente Ledur, o que resultou na morte. A tenente responde a um processo administrativo junto ao Conselho de Justificação, que apontou no mês de fevereiro que ela reunia condições para continuar trabalhando.

 

Das 5 acusações, entre elas tortura e omissão de socorro, Ledur foi inocentada em 4 delas dentro da Corporação. Ela só foi acusada de ter desferido golpes com nadadeiras em alguns alunos, conforme análise realizada. A decisão do Conselho de Justificação é analisado pelo Tribunal de Justiça que pode indicar a demissão de Ledur caso verifique o crime de tortura.

 

Na Justiça Militar Ledur responde a processo criminal. Testemunhas de acusação foram ouvidas e as oitivas das testemunhas também foram iniciadas. Os próximos depoimentos estão marcados para o dia 05 de agosto. Entre eles, o do perito Dionísio José Bochese Andreoni, que deve esclarecer se os “caldos” que o aluno sofreu provocaram a morte. Também está marcado o depoimento de Ledur.

Diário da Serra

Notícias da editoria