“Se gasto 8 mil litros de água, por que tenho que pagar 20 mil? ”, questiona.
Uma leitora que preferiu não se identificar procurou o Diário da Serra para fazer uma reclamação sobre a forma de cobrança da fatura de água, exercida pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Tangará da Serra.
Ela mora em uma residência localizada no centro da cidade. Aos fundos fica sua casa e na frente uma sala comercial que é alugada. Um único hidrômetro mede o consumo do local. A média de consumo desse mês, conforme o cálculo feito através da leitura no hidrômetro, segundo a moradora, é de 8 mil litros de água.
No entanto a fatura especifica que ela terá que pagar 20 mil litros, mais que o dobro do que de fato consumiu no mês. O valor da sua conta é de R$ 153,13.
Indignada, ela procurou a autarquia e foi informada pelo servidor que a atendeu, que por ela ter uma sala comercial junto de sua residência, é cobrada uma taxa mínima pelo valor de 10 mil litros de água. Ele disse ainda à moradora que essa cobrança é amparada por uma Lei Municipal e precisa ser feita assim.
A consumidora se sente lesada com a forma de cobrança do Samae e não acha justo pagar por um consumo que não teve. “ (...) se eu gasto 8 mil litros de água, por que eu tenho que pagar 20 mil? O Samae está lesando não somente a mim, mas acredito que outras pessoas e talvez nem saibam disso”, afirma. Segundo ela, desde que observou o valor alto da fatura, tem economizado, para ver se a conta diminui, mas não teve jeito.
Procuramos o diretor do Samae, Wesley Lopes Torres, que informou que a cobrança é legal e amparada pela Lei 1618/2000.
O que acontece no caso da moradora, de acordo com ele, é que são duas construções independentes e por isso ela tem que pagar uma taxa mínima para cada uma. “(...) ela pode colocar mais um hidrômetro. (...) o pessoal aluga as salas e fica responsável por pagar a fatura de saneamento [água, lixo, esgoto] quando é atualizada se sente no prejuízo”, disse o diretor do Samae, ressaltando que com dois hidrômetros, duas faturas separadas passam a ser emitidas. (...) embora do jeito que está, sabemos qual valor do comércio e da residência. (...) o que acontece é que estamos atualizando esses cadastros agora”, complementou.
