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Diretor do Samae confirma baixa vazão no Queima-Pé e pede economia aos tangaraenses

Paulo Desidério / Redação DS 12/09/2019 Geral

Wesley Torres falou sobre assunto em entrevista ao vivo à Rádio Tangará

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O diretor do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Wesley Lopes Torres, confirmou a baixa vazão do rio Queima-Pé, responsável pelo abastecimento hídrico da cidade de Tangará da Serra. O chefe da autarquia concedeu entrevista ao vivo na manhã desta quinta-feira, 11, ao programa 'Tangará Verdade', da Rádio Tangará.


"Nós, em relação a 2016, o rio está igual, o rio está dando pouquíssima vazão. Então, nós já estamos usando reservação. Só que a reservação que nós usamos em 2016, nós já temos. Nós estamos usando aquela que nós construímos. Nós ganhamos já 45 dias e temos ainda mais cerca de 30 dias com essa produção de água", afirmou. 
 

Em 2016, Tangará da Serra ficou sem água e sofreu com a maior crise hídrica da sua história. À época, Torres citou o fenômeno El Niño para justificar o ano atípico no que diz respeito a carência de chuvas. Três anos depois, Wesley manifesta preocupação semelhante com as previsões elaboradas pelos institutos de meteorologia.

 

Segundo ele, os prognósticos que apontavam chuva nos últimos meses não vem se confirmando e o ano de 2019 tende a registrar menores índices de chuva com relação a 2017 e 2018 em Tangará da Serra. Para se ter ideia, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros do estado de Mato Grosso comunicaram também na manhã desta quinta, 12, que a estiagem já passou dos 120 dias e que as previsões não trazem nenhuma probabilidade de chuva até 23 de setembro.
 

"Quando é que retomam as chuvas? Nós não sabemos. Teve uma previsão para agosto, não houve. Para a segunda semana de setembro não houve. Então, a gente não tem essa informação e quando os institutos profissionais de meteorologia passam, elas não estão se confirmando ou vão sempre adiando. Existe então essa dúvida de quando retoma. Nós temos essa reservação ainda para um longo período, mas a gente precisa economizar", pontou Wesley.
 

O diretor do Samae apresentou ainda estatísticas acerca da quantidade de água tratada em Tangará da Serra, comparando os dados do mesmo período de 2016 aos de setembro de 2019. É importante considerar que um novo reservatório foi construído, ampliando a capacidade de tratamento de água na ETA.
 

"No ano de 2016, nesse período que estamos em setembro, a gente tratava entre 250 e 280 litros por segundo. Isso representa menos de 1 milhão de litros por hora. Hoje, a gente está tratando em média 340 litros por segundo e isso representa por dia 6 milhões de litros a mais hoje do que naquele período. Se a gente fizer a conta disso por 30 dias, isso dá uma diferença de 180 a 190 milhões de litros no mês", explicou.
 

Dentre os diversos assuntos tratados na entrevista, Wesley citou o projeto recém anunciado por meio de parceria com uma empresa do setor imobiliário para captação de água do rio Sepotuba. O diretor ressaltou também a necessidade de que a população compreenda a atual situação e utilize água apenas para atividades essenciais no dia a dia. 
 

"São ações que a gente precisa e agora só conseguiremos com o apoio da população, a compreensão. Ninguém quer viver o que vivemos. Nós trabalhamos, estamos desenvolvendo ações para que não vivamos de forma alguma o que nós vivemos em 2016, mas é hora de arregaçar as mangas, cada um fazer sua parte, porque de fato nós precisamos do uso racional da água", reforçou.

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