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HALITI PARESI - Virginia Mendes é madrinha do 1º projeto de turismo indígena de Mato Grosso

Secom-MT 24/05/2021 Cultura

O projeto é resultado de um trabalho de 10 anos desenvolvendo o turismo na região

Cultura

O primeiro projeto turístico-cultural indígena de Mato Grosso foi protocolado na sede da Funai em Cuiabá. O projeto Haliti Paresi, idealizado pelo cacique Rony Paresi, da Aldeia Wazare, tem como madrinha a primeira-dama do Estado, Virginia Mendes. 


De acordo com o cacique Rony Paresi, o projeto é resultado de um trabalho de 10 anos desenvolvendo o turismo na região. O plano de visitação, segundo ele, foi elaborado por diversos parceiros para garantir a regulamentação junto à Funai. “É um momento histórico, pois foi um grande desafio realizar esse projeto de forma sustentável para valorizar a cultura indígena da Aldeia Wazare, com muita responsabilidade. Quero agradecer ao apoio da primeira-dama para que esse projeto ganhasse a força que merece”, disse o cacique.
 

O coordenador regional da Funai, Benedito Araújo, explicou que recursos federais serão disponibilizados para o projeto, assim que aprovado pela fundação. “Será o primeiro plano de visitação em terra indígena legalizado em Mato Grosso. Desde 2011 a aldeia promove o turismo e, em 2015, foram determinados ritos para que tudo ficasse dentro da lei. A aldeia está seguindo essas normas e será muito importante para a valorização indígena”, declarou o coordenador.
 

A suplente de senador, Margareth Buzetti, reforçou que a aprovação do projeto é uma forma de preservar a cultura indígena e afirmou que irá trabalhar na articulação junto à Funai para a autorização do plano de visitação na aldeia Wazare o mais rapidamente possível. “Esse projeto é de suma relevância, porque permite o desenvolvimento econômico e sustentável dos povos indígenas da região de Campo Novo do Parecis e irá servir de exemplo para que outras comunidades trabalhem para buscar esse mesmo desenvolvimento”, declarou Margareth. 
 

Durante o evento, a primeira-dama ainda anunciou que em breve serão oferecidos cursos de capacitação para a Aldeia Wazare, que foi uma reivindicação dos indígenas Paresi, durante visita dela à aldeia. “Ouvi das mulheres indígenas, mais especificamente da Waldirene Paresi, esposa do cacique Rony, que me pediu pessoalmente, durante uma reunião, que a qualificação era muito necessária. E, por isso, estamos programando para agosto o início dos cursos, caso a pandemia esteja controlada. Vamos ouvir quais os cursos de qualificação mais necessários nas aldeias para que possam melhorar a qualidade de vida das comunidades”, reforçou Virginia.
 

Também participaram do evento Lúcio Avelino Ozanazokaese, diretor presidente da COOP PARESI; Paulo Zenazokemae, presidente da Associação Waymare; Ivar Carlos, secretário de Turismo de Campo Novo do Parecis; Lennon Corezomaé, vereador de Barra do Bugres; Eliane Aparecida Zoizocaeroce, presidente da COOPIHANAMA; Pedro Kezowe, assessor Associação Halitinã; Wellington Machado Rondon, secretário de Cultura e Turismo de Tangará da Serra; Ivan Carlos Terribele, secretário de Turismo de Campo Novo do Parecis; Jocélia Ferreira da Silva, secretária de Desenvolvimento Econômico de Sapezal; João Sérgio Oeninng (Joãozinho), secretário de Turismo e Comércio de Barra do Bugres; Nedino Cintra Nascimento Maizokie, presidente do Conselho Local de Saúde Indígena Haliti Paresi; Gilmar Koloizomae, presidente Conselho Saúde Waymare; além dos secretários de Estado, Alberto Machado, o Beto Dois a Um (Cultura, Esporte e Lazer) e Silvano Amaral (Agricultura Familiar); do superintendente Assuntos Indígenas da Casa Civil, Agnaldo Pereira dos Santos, entre outros representantes do governo.
 

O projeto
 

A proposta se pauta no ecoturismo e no etnoturismo de forma sustentável. Uma das grandes preocupações do cacique Rony é a de que a atividade seja sustentável não apenas como um conceito vazio e publicitário, mas que de fato atenda a aspectos econômicos sem abrir mão dos desenvolvimentos social e ambiental.
 

“Turismo não é só tirar foto, dançar e se pintar, mas sim responsabilidade. Tem que ter um objetivo. Pensar que mensagem e que resultado você busca através do turismo. Não só financeiro, mas cultural, social e ambiental, que torne possível uma conceituação de direcionamento com relação aos povos indígenas, sua cultura e todas as relações que nos cercam”, elucidou.



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