Leonardo Cézar nasceu em 28 de novembro de 1959, na cidade de Rondonópolis. Aos 8 anos a família mudou-se para Tangará da Serra
A Família Vendrame mudou-se para Tangará da Serra em 1967, vinda da cidade Rondonópolis-MT. A cidade era apenas um vilarejo cheio de romantismo, de gente sonhadora e trabalhadora. Gente como o senhor Leonardo Laudelino Vendrame e a senhora Adarci Pierina Vendrame, pai e mãe de Leonardo Cézar Vendrame, o nosso homenageado de hoje.
Cézar, Cezinha ou Coxa, como era mais conhecido no meio social, chegou a Tangará da Serra com apenas oito anos de idade. Viu essa cidade crescer, renascer das cinzas como uma fênix no período da febre, no início da década de 1970, e se transformar em uma das maiores e mais importantes aglomerações urbanas de Mato Grosso.
Para contar a história de Leonardo Cézar Vendrame conversei com a viúva Denise Roosevelt Ribeiro, a Rose, filha de Evandro Ribeiro e Odete Luíza Ferraz Ribeiro, que conheceu Cézinha ainda na adolescência. Eles se casaram no ano de 1982, ele com 23 anos e ela com 19 anos.
“Homem alegre, de bem com a vida. Pai e esposo dedicado, íntegro, humilde, um ser humano sem igual”,
fala Rose ao comentar sobre Cézinha.
“A saudade só nos mantêm cada dia mais próximo de quem amamos”,
completa.
Leonardo Cézar foi o primeiro dos filhos do casal Leonardo Laudelino e Adarci Pierina. Nasceu em 28 de novembro de 1959, na cidade de Rondonópolis, onde passou parte da infância. Aos 8 anos a família mudou-se para Tangará da Serra, cidade onde os Vendrame são pioneiros. Cézinha brincou nas ruas de chão da cidade antiga, fez amigos, sonhou e realizou todos os seus sonhos, de se formar, casar, ter filhos e transmitir conhecimento.
Os primeiros anos escolares, antigamente denominados como primário e ginásio, foram iniciados em Tangará da Serra e concluídos em Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde Cézinha fez um curso de Tecnólogo em Bovinocultura pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Leonardo Cézar Vendrame se casou com Rose quando ambos eram ainda bem jovens, ele com 23 e ela com 19 anos. Foi uma relação de muito amor e cumplicidade.
“Mantivemos nosso casamento sempre cercado de muito carinho, cumplicidade, companheirismo, alegria, respeito, celebração e muitos bailes também”,
conta Rose.
Esse amor se multiplicou e dele brotou os dois maiores amores da sua vida, seus filhos: Tássia e Érick.
“Amor incondicional que nem cabia em seu coração”,
relata Rose ao falar sobre a relação de Cézinha com os filhos.
“Além de um pai exemplar, ele era um tio que se dedicava aos sobrinhos na mesma proporção que se dedicou aos filhos. Sem medidas!”,
conta.
Cézinha é sinônimo de alegria e bondade!
“Se fôssemos escolher alguma palavra que o descrevesse seria: simplicidade coroada de muita Alegria e amor à vida”,
comenta Rose.
Cézar tinha grande paixão por atividades esportivas, principalmente o futebol. Vivia envolvido com eventos esportivos na cidade, seja como apoiador ou como atleta. Como jogador, fez parte de um clássico time de futebol da cidade, o Independente Futebol Clube de Tangará, onde recebeu o apelido de “Coxa”.
“Além disso ele adorava praticar outros esportes, em especial o atletismo e o ciclismo”,
relata Rose.
A Educação sempre foi o grande objetivo e a maior paixão de Cézinha, especialmente as ciências exatas. Nunca deixou de estudar e sempre procurou repassar aos outros aquilo que aprendeu. Fez faculdade de “Ciências Naturais - Física e Matemática” pela UFMT.
Começou a lecionar assim que recebeu o diploma. Desde então, dedicou-se inteiramente a profissão que tanto amava: professor.
“Ele sentia-se realizado, fazendo com amor o que mais gostava, que era dar aulas, ensinar e compartilhar com as crianças e jovens o conhecimento acadêmico e a vivência humana. Ele era gaduando Stricto Sensu em Física”,
destaca a viúva de Cézinha.
O primeiro colégio em que ele trabalhou em Tangará da Serra foi a Escola Estadual 13 de Maio. Era concursado na rede municipal e na rede estadual de ensino, atuando em muitas escolas, como a Escola Estadual 29 de Novembro, o Centro Municipal de Ensino (CME) Marechal Cândido Rondon, o CME José Nodari, o CME Gentila Suzin Muraro, o CME Fábio Diniz Junqueira, o CME Joana D’arc, o Colégio Ideal, a faculdade UNIC, bem como em cursinhos do Colégio IPES e do Colégio Avance.
“Um apaixonado pela profissão de professor! Seu trabalho sempre foi realizado com muita alegria e dedicação”,
conta Rose,
explicando que além de atuar nas instituições de ensino ele ainda dava aulas particulares.
Cézinha era apaixonado pelas estrelas. Em 2013, aos 54 anos, participou de um curso de Astronomia com ênfase em Física.
“Ele era um curioso otimista e amante das estrelas. A constelação de Escorpião era a sua preferida. Contemplava o universo com um encantamento indescritível, uma busca constante pelo conhecimento”,
conta Rose.
“Compartilhava com os alunos não apenas o conhecimento acadêmico, mas a sabedoria e as experiências de vida como pai e educador, numa visão profundamente humana e fraterna”,
completa.
Rose faz questão de destacar uma frase que Cézinha sempre dizia:
“Temos que ser sempre como o sol, que depois da tempestade ressurge mais brilhante ainda!”.
Rose fala com orgulho e entusiamo dos relatos reais que foram e são feitos até hoje pelos alunos de Leonardo Cézar Vendrame. Alguns deles estão destacados a seguir:
“transbordava alegria por onde passava, sempre com um grande sorriso no rosto”;
“o professor mais simpático que já tive. O único que escrevia com as duas mãos”;
“sempre buscou passar o que aprendeu e tratava todos da mesma forma”;
“a bondade do professor Cézinha era tão grande que até quando ficava bravo com a turma, repreendia com simpatia e educação igual”;
“todos os dias nos dava bom dia com o sorriso no rosto”;
“era um professor dedicado a ensinar de forma prática, fazendo com que todos gostassem de física e matemática”;
“o professor mais amigo e melhor dançarino”.
O professor Leonardo Cézar Vendrame faleceu no dia 12 de agosto de 2015, aos 55 anos. Por muito tempo ele lutou contra um câncer. Na data de sua morte, o então deputado estadual Saturnino Masson rendeu-lhe homenagem com uma moção de pesar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
“É uma perda muito grande para Tangará da Serra e para a Educação do Estado de Mato Grosso”,
disse o deputado na ocasião.
Com o Decreto Nº 052, em 07 de fevereiro de 2020 o então prefeito Fábio Martins Junqueira, com o objetivo de homenagear o professor, criou e denominou o Centro Municipal de Educação Infantil localizado no Alto da Boa Vista como: Leonardo Cezar Vendrame.
