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“Deus nos dê forças”, diz pai de Rodrigo, há 21 dias do julgamento de Ledur

Keka Werneck / RDNews 06/01/2021 Polícia

Julgamento está marcado para o dia 27 deste mês às 13h na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar

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Antônio Claro, pai do aluno bombeiro Rodrigo, que morreu em 2016, cinco dias após ter uma aula prática com a instrutora tenente Izadora Ledur na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, diz que ele e a esposa, Jane Claro, estão se preparando psicologicamente para o julgamento que se aproxima. Ledur responde por torturar o rapaz, dar vários caldos nele e humilhá-lo, frente aos colegas. Rodrigo passou mal na aula e foi parar no hospital, onde entrou em coma e permaneceu na UTI até falecer. 


Já se passaram quatro anos da morte e o caso ainda não está concluso. "Deus continue nos dando força", postou Antônio, agoniado com a aproximação do julgamento marcado para o dia dia 27 deste mês às 13h na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar.
 

À mãe, Rodrigo contou, minutos antes da aula, que estava com medo, porque vinha se sentindo perseguido pela tenente. Como treinamentos são fundamentais para conseguir entrar na corporação, ele se preocupava em não passar no teste na água e ser excluído.
 

Para Antônio, o dia do julgamento "será tenso". Segundo ele, o casal, que é católico e tem outros dois filhos, se apega em Deus, para aguentar a espera do trâmite. “Precisou desse tempo até para ouvir com muito cuidado as testemunhas, mas hoje acreditamos que a equipe responsável pelo julgamento dela já tem provas e convicções suficientes para uma decisão”. Ele continua dizendo que têm a expectativa de que a ré seja condenada por ter praticado crime de tortura "contra nosso filho". Porém, se a lei dos homens não a julgar, crê no julgamento espiritual.
 

Se a tenente for condenada, para eles, isso significa que não lutaram em vão e desejam que, dando o exemplo da punição, esse tipo de agressão em aulas militares não se repita. “O mínimo que poderíamos fazer em memória do nosso filho, diante de tantas barbaridades que fizeram com ele, é cobrar a responsabilização dela”.
 

A mãe do rapaz se diz "arrasada". Os pais de Rodrigo enfrentam uma "mistura de ansiedade e tristeza".
 

Outro lado - Ledur alega que não houve excessos e que aulas treino para alunos militares são realmente puxadas, senão não se qualificam bem para o papel que devem desempenhar, ao serem incorporados na corporação.
 

Em março do ano passado, ela foi ouvida por 2h30 em audiência de instrução na Vara Militar. E disse na ocasião que Rodrigo era desequilibrado diante da água e um bombeiro não pode vacilar na hora de fazer o salvamento. Como ele vinha demonstrando essa dificuldade, ela focou no treino dele.

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