Às vezes é preciso dar um passo para trás, para depois dar dois para frente, olhar para trás se perguntar: o que deixei de fazer ou ser, por escolhas de outros?
Ao escrever este texto me lembrei de quando tinha 07 anos, sempre quis ser muitas coisas, policial, padre, jogador de futebol, adorava escutar histórias e contar também, lembro que sempre que pudesse repetia a história dos três porquinhos, era a única que eu sabia sem errar.
O desejo era uma prática constante, lembro que a cada desenho feito, corria na minha mãe e o mostrava orgulhosamente, e o sorriso dela, era como combustível para eu continuar fazendo mais e mais os rabiscos. Quando completei 8 anos (lembro como se fosse hoje) passei em frente a uma banca de revista e vi a foto de um homem no jornal (era um colunista) e pensei nossa que legal, a foto dele está no jornal e fiquei com aquilo na cabeça.
Após este episódio, comecei a prestar mais atenção nos jornais e revistas e pensava o que era preciso fazer para aparecer ali, para escrever assuntos que outras pessoas iam ler e com este pensamento veio também o desejo: “um dia quero também estar num jornal, escrevendo assuntos em que acredito”.
Anos se passaram e esta vontade ficou guardada lá no inconsciente, assim terminei o ensino médio, a faculdade (2010) e em 2020 veio a oportunidade de estar aqui, escrevendo para vocês. O jornal Diário da Serra me deu esta oportunidade de ser colunista deles, toda quarta-feira tive a oportunidade de escrever aquilo que acredito, minhas crônicas, a conexão entre pais e filhos.
Este é um artigo de despedida, pois não estarei mais com vocês toda quarta-feira, contudo o que quis mostrar com um pouco da minha história é, qual sonho de infância que você deixou para trás, sem ao menos tentar? Se lembra de quantas profissões quis ter e destas quais abandonastes na crença de que jamais conseguiria.
Às vezes é preciso dar um passo para trás, para depois dar dois para frente, olhar para trás se perguntar: o que deixei de fazer ou ser, por escolhas de outros? Finalizando este texto (neste momento), me vejo naquela banca de revista com 8 anos, admirando aquele homem no jornal, hoje eu sou o homem que escreve. Enfim, planeje o futuro e viva o presente. Hoje vivo o que um dia sonhei na infância e o melhor, reconheço, pois estou vivendo o presente e não o futuro, o foco deverá ser sempre no aqui e agora. Me despeço com um enorme sentimento de sonho realizado, novamente agradeço ao Jornal por me conceder este espaço e confiar no meu trabalho. Me chamo Euller Sacramento e ajudo pais e filhos a se (re)conectarem emocionalmente.
