O presidente da AMM considera que os 15 dias de vigência do decreto já demonstram que as medidas não foram eficientes para desacelerar as contaminações e as mortes
O aumento no número de casos e óbitos por covid-19, bem como a lotação das UTIs para tratamento de pacientes com a doença em Mato Grosso exigem medidas mais rígidas para evitar o descontrole e o colapso da saúde pública. A opinião é do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, Neurilan Fraga, que manifestou preocupação com a decisão do Governo do Estado de apenas prorrogar as medidas restritivas estabelecidas no decreto publicado no início deste mês, conforme anunciado nesta terça-feira (16).
Fraga disse que apoia e reconhece a importância das medidas que o Governo do Estado está adotando em parceria com os prefeitos na instalação de mais de 160 leitos de UTIs, mais de 500 leitos clínicos, e a compra de mais de 500 mil testes para a população, porém enfatiza para serão necessários dias ou semanas para que toda a estrutura esteja em pleno funcionamento.
“Até que a população tenha acesso a esse atendimento, são necessárias ações emergenciais mais rigorosas de controle da doença”, frisou.
O presidente da AMM considera que os 15 dias de vigência do decreto já demonstram que as medidas não foram eficientes para desacelerar as contaminações e as mortes.
“Percebe-se claramente que as medidas preconizadas no decreto estadual não surtiram os resultados desejados, muito pelo contrário, o que estamos vendo agora são quebras de recordes de números de contaminados, óbitos e de taxas de ocupações das UTIs. Temos muitas pessoas que estão nas filas esperando e algumas já foram a óbito por falta de um leito hospitalar”, frisou.
Lembrando que Mato Grosso registrou na última semana o maior pico de contágio desde o início da pandemia, com crescente número de mortes diárias. Até esta segunda-feira (15), já havia 274.788 casos confirmados da covid-19 em Mato Grosso e 6.456 óbitos.
Ainda de acordo com Fraga, milhares de pessoas e muitos estabelecimentos comerciais não estão respeitando o decreto do governador nem seguindo as recomendações de biossegurança recomendadas pelas autoridades e organizações da área da saúde, principalmente a premente necessidade do distanciamento social.
“Não adianta fechar o comércio de uma forma geral no período noturno e isolar as pessoas com o toque de recolher se, durante todo o dia, as pessoas circulam livremente, sem respeitar o distanciamento físico, sem uso das máscaras ou utilização de forma inadequada, promovendo aglomeração, principalmente nas grandes cidades, onde ocorre desrespeito às orientações sanitárias e ao distanciamento social em estabelecimentos comerciais, transportes urbanos, entre outros locais”, assinalou, reiterando que é preciso diminuir a circulação das pessoas
O presidente da AMM havia solicitado oficialmente ao governador Mauro Mendes que fosse incluído no novo decreto estadual medidas mais restritivas e da mesma forma encaminhou a todos os prefeitos uma nota orientativa contendo a recomendação de 24 medidas de controle, como forma de frear a crescente evolução da propagação do novo coronavírus em Mato Grosso.
“Evidentemente cabe ao governador e aos prefeitos a adoção de condutas mais contundentes a fim de conter o avanço da covid-19, pois a eles são atribuídas essa responsabilidade, porém estamos reivindicando ações mais rigorosas para evitar o descontrole total da doença”, afirmou.