Em Tangará da Serra, o caso será tema de reunião na tarde desta sexta-feira, 19, entre os membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal
A baixa dos estoques de insumos para tratamento de pacientes internados com Covid-19 já é preocupação dos municípios em estado de Mato Grosso, em especial a capital, Cuiabá, onde os estoques estão baixos.
A maior preocupação está relacionada às UTIs, onde as altas taxas de ocupação de leitos tem levado à baixa dos estoques de insumos para sedação, bloqueadores musculares e, ultimamente, de oxigênio para respiradores.
Em Tangará da Serra, o caso será tema de reunião na tarde desta sexta-feira, 19, entre os membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. A partir dessa, outra reunião deverá ser convocada, desta vez com o Executivo e a direção do Hospital Municipal para avaliar a situação. “Existe esta preocupação, no Brasil inteiro… Vamos reunir hoje à tarde, com o relator e o membro da comissão e, posteriormente, convocar uma reunião com o prefeito e a secretária de saúde e, também, com o pessoal do Hospital Municipal, para verificarmos como está a nossa situação, aqui em Tangará da Serra”, disse o vereador Doutor Bandeira, que preside a Comissão de Saúde do Legislativo.
Por outro lado, Bandeira confirma informações de que em Cuiabá a baixa nos estoques já é motivo de preocupação. “Em algumas UTIs o estoque já está chegando a ‘zero’. Por isso, de qualquer forma, aqui em Tangará da Serra, vamos alertar que é necessário ter estoque. A falta desses insumos seria o caos”, completou o vereador.
Consultada pelo Enfoque Business, a secretária de Saúde do município, Gicelly Zanata, afirma que, por enquanto, não há risco de falta de insumos – especialmente oxigênio – na ala Covid, mas não descarta essa possibilidade em caso de aumento da demanda.
Oxigênio
O diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, classificou ontem (quinta, 18) como perigoso o cenário de abastecimento de oxigênio medicinal no país.
Em audiência pública na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, ele pediu apoio dos parlamentares para que o Congresso e o Ministério da Saúde se empenhem em uma mudança legislativa com urgência, para que as grandes empresas não se recusem a abastecer carretas de envasadores que atendem principalmente cidades do interior.
“O cenário atual é perigoso, podendo levar ao desabastecimento de oxigênio medicinal na ponta, especialmente em pequenos hospitais e municípios do interior”, alertou acrescentando que a expectativa da falta perigosa desse produto na ponta da linha, nos pequenos hospitais, é de poucos dias.
Representantes de empresas de produção e distribuição do gás do país também participaram da audiência e responsabilizaram a falta de planejamento das Secretarias de Saúde quanto à demanda do produto pela fabricação do material menor que a necessidade.
Aos senadores da Comissão Temporária da Covid-19, os empresários também ressaltaram a dificuldade em transportar o insumo e pediram que motoristas e técnicos entrem no grupo prioritário na fila de vacinação.
Já o representante da Air Liquid Brasil, Rafael Montagner, disse que a demanda dos hospitais aumentou 10 vezes acima do que estava previsto. “A dificuldade é a falta de previsibilidade para produção para que a empresa possa se organizar”, reforçou acrescentando que outro problema da falta de planejamento é a falta estrutura de armazenamento do gás pelas unidades de saúde. “É um desafio de transporte e estocagem dos hospitais”.
Para otimizar o abastecimento, o presidente da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, cobrou que o Ministério da Saúde centralize essa logística, para que o setor produtivo se concentre apenas na produção.