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Presidente aciona STF contra toque de recolher e decisão terá impacto em MT

Andhressa Barboza / RD News 19/03/2021 Política
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Alegando que fere a liberdade econômica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra estados que implementaram medidas para reduzir a circulação de pessoas e o contágio pela covid-19. A Adin foi protocolada nesta quinta-feira, 18, e o presidente foi às redes sociais em transmissão ao vivo se manifestar contra as ações adotadas pelos governadores e destacou o toque de recolher que, em Mato Grosso, é das 21h às 5h.


“Antes de completar dois anos de vigência, a efetividade da Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica tem sido bruscamente frustrada por uma série de atos normativos estaduais que, sob a pretensão de conter o avanço da pandemia da Covid-19, optaram por utilizar o poder coercitivo estatal para tolher fulminantemente a liberdade econômica”, diz trecho.
 

Na petição, cita o Distrito Federal e os estados da Bahia e do Rio Grande do Sul. Apesar de não tratar especificamente de Mato Grosso, a decisão do STF vai se impor a todos os estados.

 

A petição inicial da ADI, agora disponível no site do STF, pede que um decreto do DF, um da BA e dois do RS sejam declarados “desproporcionais” e derrubados por liminar (decisão provisória), “a fim de assegurar os valores sociais da livre iniciativa e a liberdade de locomoção”.
 

A peça é assinada somente pelo próprio Bolsonaro e foi protocolada às 23h03 do dia 18 diretamente pela Presidência da República. Até o momento a ação ainda não foi distribuída a um relator.


Na ação, o presidente argumenta que a restrição à circulação só é possível se quem for alvo da medida estiver de fato doente ou com suspeita de doença, não sendo possível “vedações genéricas à locomoção de pessoas presumidamente saudáveis”.
 

O texto também argumenta que o fechamento de atividades não essenciais na pandemia não pode ser feito por decreto, mas somente por lei formal aprovada no Legislativo. 
 

Bolsonaro pede que o Supremo declare “que mesmo em casos de necessidade sanitária comprovada, medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem respaldo legal e devem preservar o mínimo de autonomia econômica das pessoas, possibilitando a subsistência pessoal e familiar”.
 

Os decretos estaduais e o distrital foram editados com a justificativa de conter a disseminação da covid-19, num momento de alta expressiva nos números da pandemia. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a média móvel de mortes atual é de 2.087 por dia, o dobro do observado há um mês (1.036 óbitos).

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