O grande desafio é que, apesar de se considerarem quase adultos, eles ainda não possuem a maturidade necessária para lidar com todas as situações que encontram
Domingo passado, resolvi dar uma volta na Vila Olímpica e levar minha filha para brincar um pouco. Ao chegar lá, me deparei com um cenário vibrante e cheio de vida: muitas famílias, crianças e, o que mais me chamou a atenção, os adolescentes. Enquanto minha filha brincava, eu os observava à minha volta, cada um com suas particularidades, revelando um universo complexo que é a adolescência.
Em um canto, um grupo de meninos jogava truco, suas vozes ecoando pelos quatro cantos. As meninas, por sua vez, estavam de pé, cada uma ao lado de seu companheiro, rindo e compartilhando momentos de alegria. Mais adiante, outros adolescentes caminhavam com um andar meio malandro, exibindo orgulhosamente seus vapes. Eles tragavam e soltavam a fumaça como se estivessem encenando uma peça, exibindo uma postura de autossuficiência e desafiando qualquer um que ousasse questionar sua “brabeza”.
Perto dali, outros grupos jogavam futebol ou apenas conversavam. Mesmo que estivessem envolvidos em atividades diferentes, todos se conectavam através de olhares e expressões, cada um tentando encontrar seu lugar e ser notado pelos outros. A adolescência é, de fato, um período de transição, onde o luto pela infância perdida se mistura com a ansiedade pela vida adulta que ainda não chegou. Quem nunca ouviu de um adolescente a frase “Não sou mais criança” ou “Já sou quase um adulto”?
Nesse processo de se afastar da infância e não ainda alcançar a vida adulta, os adolescentes encontram-se em uma busca constante por pertencimento. Eles querem fazer parte de um grupo, sentir-se aceitos e reconhecidos por seus pares. Diferente da infância, onde a família é o centro do universo, na adolescência, o grupo de amigos ganha uma importância fundamental. Eles já não querem seguir os passos dos pais, mas sim traçar seu próprio caminho.
O grande desafio é que, apesar de se considerarem quase adultos, eles ainda não possuem a maturidade necessária para lidar com todas as situações que encontram. É nesse meio termo que a presença dos pais se torna crucial. Mesmo que seus comportamentos e palavras muitas vezes gritem “Me deixe em paz”, os adolescentes ainda precisam da orientação e do apoio de um adulto.
Enfim, a tarefa de educar um adolescente é desafiadora, mas a recompensa de vê-los se tornarem adultos responsáveis e bem ajustados é inestimável.
