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O Caminho Certo Para Proteger Nossas Crianças e Adolescentes

Euller Sacramento 04/02/2025 Artigos

A violência pode estar dentro de casa, na escola, na rua. Pode ser física, psicológica, sexual. Pode vir de um desconhecido, mas também de quem deveria proteger

O Caminho Certo Para Proteger Nossas Crianças e Adolescentes

A história começa sempre assim: alguém desconfia. Pode ser uma professora que percebe o aluno retraído, um vizinho que ouve choros atrás da parede, um profissional de saúde que percebe marcas além da pele. Algo não está certo. Mas e agora? O que fazer? A quem recorrer? Qual é o caminho?

Na última sexta-feira (31), estive presente no lançamento do Protocolo de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência, promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e Prefeitura de Tangará da Serra-MT. E acredite: esse protocolo pode ser a diferença entre o silêncio e a proteção, entre o abandono e a justiça.

Quantas histórias já não foram abafadas pelo medo, pela desinformação ou pela falta de um direcionamento claro? Quantas vezes alguém viu, ouviu, desconfiou, mas não soube o que fazer?

A realidade é dura. Crianças e adolescentes, muitas vezes, não falam. E quando falam, nem sempre são ouvidos. A violência pode estar dentro de casa, na escola, na rua. Pode ser física, psicológica, sexual. Pode vir de um desconhecido, mas também de quem deveria proteger.

E é aí que o protocolo entra. Ele cria um caminho estruturado, um roteiro de como agir, para que nenhuma suspeita se perca na burocracia ou na falta de conhecimento. Para que professores, médicos, psicólogos, assistentes sociais e qualquer pessoa que testemunhe algo suspeito saiba o que fazer e para onde levar essa denúncia.

Ter esse protocolo em Tangará da Serra é um avanço gigantesco. Significa que, quando alguém se perguntar “e agora?”, haverá uma resposta clara. Significa que, se uma criança for vítima, ela não será exposta a mais traumas ao contar sua história repetidamente. Significa que existe uma rede de apoio preparada para acolher, escutar e agir.

Mas um protocolo só é efetivo se for conhecido e colocado em prática. Não basta existir no papel. É preciso que todos – profissionais e sociedade – saibam que há um caminho, que há uma forma correta de agir, que a omissão pode ser tão cruel quanto a própria violência.

Se proteger uma criança é dever de todos nós, conhecer esse protocolo também deve ser. Agora te pergunto: se uma criança te pedisse ajuda hoje, você saberia o que fazer?


Euller Sacramento é Psicólogo Clínico
Instagram: @eullersacramento

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