Data é importante para a conscientização sobre a Adoção
O Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio, marca um momento crucial na luta pela adoção no Brasil. A data surgiu durante o 1º Encontro Nacional de Grupos de Apoio à Adoção, em 1996, e foi oficializado pela Lei nº 10.447 em 2002. Visa conscientizar e refletir sobre a adoção de crianças e adolescentes, além de estimular a busca por soluções para os desafios ainda enfrentados pelos que permanecem vivendo em situação de acolhimento.
“A data nos convida a direcionar nossa atenção para crianças e adolescentes que aguardam por famílias, e a pensar coletivamente em maneiras de fortalecer o instituto da adoção, garantindo o direito às convivências familiar e comunitária para todos os jovens”,
afirma a presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Jussara Marra.
De acordo com Jussara, desde a instituição do Dia Nacional da Adoção, pela Lei nº 10.447, de 2002, alterada em 2022 pela Lei nº 14.387, aconteceram algumas mudanças significativas no panorama da adoção no Brasil. A legislação avançou, estabelecendo foco, critérios e prazos relativos diretamente à proteção de direitos de crianças e adolescentes, seja no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), seja em regramentos orientados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Esse movimento ampliou as discussões e as ações, proporcionando uma abordagem mais abrangente e inclusiva sobre o tema”,
destaca.
Apesar dos avanços, ainda existem muitos mitos e dilemas que rondam o imaginário coletivo sobre a adoção.
“Entre os mais comuns estão as preferências por adoções de bebês e crianças pequenas, sob a premissa equivocada de que seria mais fácil ‘moldar o caráter’”,
aponta Jussara.
Além disso, há o mito de que a burocracia e a demora injustificada no processo de adoção sejam um dos entraves que ainda afastam os pretendentes à adoção. Não há como negar que a adoção e o sistema Jurídico ainda são vistos como um tabu no Brasil, porém, muitas vezes, isso diz mais sobre a falta de preparação dos adotantes.
“É essencial compreender a adoção do ponto de vista da criança e do adolescente. Para construírem seu futuro de maneira segura, necessitam de um sistema ágil e eficiente de preparação dos futuros pais e mães”,
conclui.
Vários profissionais têm atuação fundamental no processo psicossocial da adoção. Começam no apoio prévio à família de origem, para evitar a retirada temporária ou definitiva da criança ou do adolescente em risco ou sob violência naquele lar. Passam pelo acompanhamento nos serviços de acolhimento, pela preparação para o retorno à família biológica ou para o encaminhamento à adoção. Enfim, a atuação interprofissional chega à preparação e ao acompanhamento da família adotiva.
Um desses importantes profissionais é o Psicólogo. De acordo com a psicóloga Mayra Aiello, doutoranda em Psicologia pela UNESP Bauru e membro da Diretoria Técnica da Angaad, a Psicologia desempenha um papel essencial no auxílio às pessoas para superarem os desafios relacionados à parentalidade via Adoção.
Além de orientação parental, preparação para a criança e o adolescente adotivos e ainda o suporte contínuo no pós-adoção.