Oficina ensinou sobre a importância e valor nutricional das plantas alimentícias não-convencionais
Entre hortas e caminhos verdes do Sítio Agroecológico, a agricultora e culinarista Rita de Cássia recebeu estudantes e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) de Tangará da Serra para uma imersão saborosa e reflexiva sobre as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs) que são aquelas espécies silvestres e ancestrais que crescem livremente e, muitas vezes, são vistas apenas como “mato”. A oficina integrou as atividades da Semana da Biologia de Tangará da Serra (SEBIOTAS 2025) e transformou a curiosidade acadêmica em experiência sensorial, com receitas preparadas a partir de plantas colhidas ali mesmo, no coração da agroecologia.
Embora seja formada em Letras pela Unemat, Rita hoje se dedica à alimentação baseada em plantas e à soberania alimentar, com foco em mitigar os efeitos do colapso climático. “Quando conhecemos e valorizamos as PANCs, ajudamos inclusive os produtores locais a diversificar a sua renda e também aumentamos a biodiversidade do solo e do nosso prato”, explicou. Entre as espécies citadas, ela destacou a beldroega, considerada praga por muitos agricultores, mas que é rica em proteínas, ômega 3 e minerais.
A professora doutora Ludymilla Barboza da Silva Ogliari, responsável pela disciplina Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Agricultura, levou os alunos para a aula-campo no sítio como parte de uma proposta de educação ambiental prática e transformadora.
A acadêmica do curso de Biologia, Érica Maria da Silva, participou como monitora da oficina e contou que a vivência foi “maravilhosa e reveladora”, pois mostrou como o que chamamos de mato pode ser base de muitas receitas nutritivas e surpreendentes.
No fim do encontro, o aprendizado floresceu como as próprias PANCs: simples, resiliente e cheio de vida, um convite para repensar o que comemos e o que chamamos de alimento.
