Saúde tem registrado muitos casos de gripe e alergias, e também de conjuntivite
Há mais de dois meses sem chuvas, a população de Tangará Serra tem sofrido com a baixa umidade do ar que tem sido ainda mais prejudicada com os incêndios que abateram sobre o município e regiões vizinhas e que, com as fortes ventanias do mês de agosto e início de setembro, chegam até a cidade.
Por causa desses fatores, a população tem convivido com dias acinzentados, devido a uma cortina de fumaça que se instalou sobre o município. Esse período tem sufocado, de certa forma, o setor da Saúde, seja pública ou particular, que tem registrado doenças específicas da época, como gripes, rinites e alergias, mas também outras, que não se apresentam sempre, ao menos no público adulto, como a conjuntivite.
Segundo o médico infectologista Marco Antonio Gonçalves Junior, os cuidados devem ser redobrados e se possíveis, hábitos modificados.
“Temos sofrido com fatores evidenciados nessa época, em todos os anos, mas, nesse em especial, estamos percebendo aumento substancial das doenças virais e das doenças respiratórias”,
informa o médico.
“Por conta desses fatores combinados, fumaça, poeira e baixa umidade do ar há uma crescente nos casos de bronquites, faringites, rinites alérgicas, asmas, sinusites e dores de cabeça que pioram os quadros principalmente, dos casos crônicos com enfisemas”,
destaca.
Além dessas doenças que já são de praxe no tempo mais quente, outras que nem sempre estão em circulação, voltam a surgir.
“Aumento das conjuntivites virais, tanto as alérgicas e irritativas por causa da exposição à baixa umidade e à poeira e também, as doenças de pele como micoses e alergias”,
informa.
“Precisamos ter cuidado com esse período que favorece as infecções, diminuem a nossa defesa e prejudica a nossa forma de filtrar o ar e acaba nos alterando também”,
alerta o infectologista.
Segundo dados da empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora as condições da atmosfera no mundo, apontam que oito estados brasileiros e o Distrito Federal estão com o ar insalubre por conta dos incêndios florestais. Os cientistas sabem que a fumaça de incêndios florestais pode exacerbar doenças como asma e Dpoc (síndrome que engloba bronquite crônica e enfisema pulmonar), aumentar o risco de ataque cardíaco e derrame, prejudicar a concentração, reduzir a capacidade do corpo de combater infecções e causar inflamação nos pulmões, rins, fígado e provavelmente em outros órgãos.
Por esse motivo o médico Marco Antonio Gonçalves Junior, orienta a população a adotar novos hábitos e abandonar outros.
“Os mais acometidos são os extremos da vida que são os idosos e crianças. No caso dos idosos, por terem comorbidades, como doenças preexistentes e elas pioram, e as crianças que não têm a imunidade e sistema de defesa de filtração de ar totalmente preparado para esses eventos que acontecem”,
relata.
“Devido a isso, as pessoas devem estar sempre bem hidratadas, tomar cuidado para não ficar exposto naquele período de maior pico de temperatura, evitar lugares com muita poeira, mofo, fumaça e lembrar da manutenção da casa com ar-condicionado”,
salienta, ao orientar a diminuição de tapetes e cortinas que são materiais que acumulam sujeira e dificultam a limpeza.
“No caso da atividade física é importante realizar em horário mais fresco em que o sol já não está mais tão atuante, ou seja, comecinho da manhã ou da noite”,
aconselha.
(Com informação Nathional Geographic)