Para a conversão, pais deverão votar se concordam com mudança
Tangará da Serra foi uma das cidades selecionadas e poderá ter duas escolas cívico-militares. O anúncio do aumento no número dessas escolas no estado foi feito na manhã desta quinta-feira, 19, pelo governador Mauro Mendes e secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto. A indicação é de que 30 escolas estaduais mudem para o modelo cívico-militar em Mato Grosso já em 2025.
De acordo com o diretor da Regional de Educação em Tangará da Serra, professor Saulo Scariot, as unidades escolhidas foram as escolas Jada Torres e Pedro Alberto Tayano, caso os pais aceitem a mudança.
“Eu acredito que a comunidade será sensibilizada com essa questão, visto que essas unidades escolares não terão mais índice de cigarro eletrônico e facções dentro dessas escolas. Então, é algo que vem ao encontro do anseio da comunidade, mas esse será o protocolo a ser cumprido”,
detalha o diretor.
No modelo cívico-militar, a Seduc continua mantendo a responsabilidade sobre o currículo escolar, enquanto os militares da reserva aprovados em exame seletivo participam de atividades extracurriculares e na gestão educacional. Isso inclui estabelecer normas de convivência e desenvolvimento de atividades que envolvam a comunidade escolar.
Os professores e demais funcionários que já atuam nas escolas que serão transformadas, continuarão com as suas atribuições normais de ensino ou na gestão escolar. A novidade é que cada unidade contará com três novos contratos para cumprir funções específicas dentro da doutrina cívico-militar.
“Vamos fazer um edital para transformar 30 escolas em Mato Grosso, em 16 municípios, em escolas cívico-militares. Com isso, queremos melhorar ainda mais a disciplina, o respeito, a educação e a qualidade pedagógica de todas essas escolas. Gradativamente, vamos atingir a meta de 100 escolas cívico-militares no Estado”,
anunciou Mauro Mendes, ao destacar o desempenho das escolas cívico-militares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 para ampliar o número desta modalidade de gestão escolar no Estado.
Entre as dez unidades escolares com melhores notas na avaliação, sete eram geridas pela Seduc em parceria com a Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros.
Para a escolha das 30 escolas que serão transformadas em cívico-militares, a Seduc seguiu os critérios de vulnerabilidade socioeconômica e a violência do bairro onde está a unidade escolar, além da evasão dos seus estudantes e do baixo índice de aprendizado.
O estudo aponta ainda que no momento há cerca de 240 pedidos de criação ou transformação de escolas regulares em cívico-militares.
“Com isso, temos a certeza que a comunidade, os pais concordam com o modelo diferenciado nessas unidades”,
salienta a Tenente-Coronel PM Nágila de Moura Brandão, Coordenadora de Escolas Estaduais Militares do Mato Grosso, ao destacar que Tangará da Serra ter sido contemplada demonstra o comprometimento dos atores envolvidos na Educação local, que tem buscado por melhorias substanciais para a comunidade.
“Tangará da Serra foi agraciada e destaco que a comunidade fique tranquila porque o modelo de escola cívico-militar se difere da Escola Militar, porque a cívico militar não tem processo seletivo. Então ela vem com o viés de resolver o problema local, demandas da população”,
explica a coordenadora, que inclusive foi diretora da Escola Militar Tiradentes de Tangará da Serra.
Atualmente, há 23 escolas estaduais sob a gestão da Polícia Militar e outras quatro pelo Corpo de Bombeiros, além de uma unidade cívico-militar efetivada em 2021, em Cáceres.