Tangará é o quinto município do estado a implantar o serviço
Instituído em 2022, o serviço Família Acolhedora está oficialmente funcionando em Tangará da Serra que tem a primeira criança acolhida.
A determinação foi feita em três de setembro para uma menina de quatro anos que estava na Casa da Criança.
“Não sei se é uma vitória porque a gente tem aquele sentimento que não queríamos mesmo é que nenhuma criança fosse acolhida, mas nesse caso, estamos felizes por ver que estamos caminhando e que o serviço está funcionando”,
comenta a secretária municipal de Assistência Social, Márcia Kiss.
“Hoje com certeza posso dizer que esse serviço está em pleno funcionamento”,
comemora a secretária, ao explicar que por meio da determinação judicial, uma criança que estava na Casa da Criança, dividindo todas as atenções com os demais acolhidos, hoje está sendo cuidada por uma família.
“E nesse quase um mês que ela está lá, a gente já conseguiu ver a mudança no comportamento, a mudança em todos os sentidos. Mas, o mais importante também é ver a satisfação da família em estar prestando esse serviço”,
pontua Márcia, ao relatar a emoção da família acolhedora.
“Elas nos dizem que são muito mais agraciadas por ter essa oportunidade do que a criança acolhida”.
De acordo com Kiss, a meta é chegar a 15 famílias aptas ao acolhimento.
“Estamos realizando outras capacitações e aproveito para convidar quem quiser oferecer lar temporário para nos contatar que teremos todo prazer em sanar as dúvidas e oportunizar essa contribuição para a vida de uma criança ou adolescente”,
destaca a secretária, ao salientar que esse processo é apenas de acolhida e não tem nenhuma ligação com processo de adoção.
“É um marco para Tangará da Serra, que é um dos cinco municípios do estado que também tem o serviço de Família Acolhedora”.
O serviço Família Acolhedora caminha graças a uma junção de parcerias em benefício de crianças e adolescentes que por um tempo necessitem de um lar. Os acolhidos não estão para a adoção, mas quem acolhe tem no momento a autorização da justiça para ensinar, contribuir e educar a criança acolhida, como no caso de Fabiana (nome fictício), que momentaneamente acolhe a primeira criança encaminhada à Família Acolhedora.
Fabiana é casada e tem dois filhos e disse que cresceu em uma família acolhedora.
“A minha família já vem com o acolhimento desde que eu nasci. A minha casa sempre foi uma casa cheia. Meu pai hospedava pessoas que passavam por ali um tempo. Somos de Minas Gerais e trouxemos pessoas de lá quando viemos”,
conta a mãe acolhedora, ao dizer da alegria de poder contribuir com o crescimento da criança acolhida.
“Estou com uma princesa em casa e ela é nossa hóspede especial”,
comenta.
De acordo com Fabiana, a criança chegou com algumas manias, mas já demonstra adaptação.
“Ela já faz uso das palavrinhas especiais como ‘por favor e com licença’”,
relata.
“Inclusive sorri quando fala, deixando claro que aprendeu”.
Conforme a anfitriã, essa não deve ser a única que passará por sua residência e família.
“Que a gente possa acolher outras crianças como estamos fazendo com ela”,
frisa.
“Ela trouxe muita alegria para nossa casa e tem aprendido coisas de criança. Está em um ambiente completamente diferente do que estava”.
Cabe salientar que a mãe da criança teve contato com a família que acolhe, viu como ela está sendo cuidada, teve contato com a filha.
“Isso está dando mais força para que ela também busque realizar tudo aquilo que solicitamos e orientamos que ela faça antes de receber de volta essa criança”,
completa a secretária de Assistência Social, Márcia Kiss.
O uso do nome fictício foi uma determinação judicial.