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‘Tem famílias que estão sobrevivendo com um salário mínimo de 1.518, o que vocês acham?’, protestam tangaraenses durante sessão

Fabíola Tormes; Pâmela Silva / Redação DS 11/03/2025 Política

Os protestos estão relacionados a aprovação do pagamento de auxílio parlamentar de R$ 5mil

Política

Com cartaz em mãos protestando contra os Projetos de Resolução que  instituíram o pagamento de auxílio parlamentar no município de Tangará da Serra, a trabalhadora de serviços gerais, Elaine da Silva Dias, disse não concordar com toda a situação.

“Não concordo com essa pouca-vergonha que está tendo hoje na Câmara, tentando aprovar. Sabe por quê? A maioria das famílias vivem com um salário mínimo para sustentar uma família e maioria paga aluguel. Isso não é justo. Isso não é justo”,

protestou durante a sessão, segurando um cartaz que dizia ‘Tem famílias que estão sobrevivendo com um salário mínimo de 1.518, o que vocês acham?’.

O comerciante Gilson Rodrigues Gonçalves, morador de Tangará desde 1969, também demonstrou sua indignação.

“Acho isso um absurdo. Primeiro lugar se fosse para abaixar o salário, nunca, jamais, eles iriam aprovar. Se fosse para eles aumentarem a carga horária [de trabalho], jamais também. Então acho isso um absurdo. Eles já tem um salário ótimo, com ajuda de custo e tudo que eles tem já dá quase 17 mil reais, mais cinco mil vai para mais de 22 mil reais. Então, como cidadão, não sou obrigado a pagar alimentação de família de vereador e nem plano de saúde deles. Nós ocupamos a UPA, por que eles não podem também?”,

questiona.

“Hoje eles estão como vereadores, não serão vereadores para sempre. Então eles estão aqui porque nós os colocamos, porque nós pagamos os salários deles. (…) Eles não brigam pela sociedade, eles brigam pelo bolso deles. E se não fosse pelo bolso deles não estariam brigando dessa forma”,

continua, ao questionar, inclusive, vereadores que se elegeram pelo viés da saúde.

“Admiro muito as vereadoras Dona Neide e Evânia, e o vereador Hélio da Nazaré, todos esses vereadores que fizeram campanha em cima da saúde pública e eles não podem usar a UPA? Eles não são cidadãos comuns, como nós somos também? Por que nós podemos usar a UPA e eles não podem? Nós temos que pagar um plano de saúde para eles, que é muito alto, e ainda tenho que fazer o mercado deles, para dar regalias para as famílias, de mais dois mil e quinhentos. Isso é um absurdo, fora do comum. Com 55 anos de Tangará da Serra, 56 anos de idade, eu nunca vi isso aqui nessa Câmara Municipal”.

Assim como ambos, muitos tangaraenses lotaram a Câmara de Vereadores nesta terça-feira, 11.

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