Os grupos mais vulneráveis são crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que existe 80% de probabilidade de que, pelo menos, um ano entre 2025 e 2029 exceda o limite de 1,5ºC de aquecimento global, registrando o ano mais quente da história.
Segundo a pesquisadora socioambiental Eveline Bapstitella, nos últimos anos o país sofreu muito com o excesso de queimadas, destruição de florestas e o descarte irregular de resíduos em aterros sanitários. Todas as ações são responsáveis e influenciam a perda de retenção da água e ao agravamento da seca no planeta, e, consequentemente, o aumento da temperatura.
“As secas estão ligadas a muitos fatores, quase todos referentes a ação humana sobre o meio ambiente”,
afirma.
“O uso de recursos hídricos está entre os fatores mais problemáticos, o desperdício e a falta de planejamento em reutilização sustentável traz o alerta que atacam diversos biomas”,
completa Eveline.
O meio ambiente sofre com as práticas humanas e essas mesmas ações geram um ciclo de danos, principalmente na saúde respiratória e organismo, que inclui a desidratação, insolação, agravamento de doenças respiratórias e problemas ligados a saúde mental. O calor excessivo sobrecarrega os mecanismos de autorregulação do corpo, trazendo exaustão, sintomas como tonturas, náuseas, fraqueza e em casos mais graves, confusão mental e desmaio.
“Os grupos mais vulneráveis são crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Para minimizar esses riscos, algumas medidas são fundamentais: manter uma boa hidratação, beber água ao longo do dia mesmo sem sentir sede e dar preferência a alimentos leves e ricos em água”,
orienta a enfermeira Maraisa Moreira.
A onda de calor também prejudica os animais domésticos, e mantê-los acorrentados é uma prática de maus-tratos, pois sofrem de forma semelhante aos humanos. Manter a água a disposição, assim como os alimentos e os banhos frequentes, evita desidratação e mortes. Conforme a Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) e a Lei Estadual nº 18.184/2025 proíbem o acorrentamento de cães e gatos e também, são considerados crimes.
De acordo com a Defesa Civil de Mato Grosso, a umidade relativa do ar está abaixo de 12%, o que aumenta o risco de incêndios florestais e prejudica a saúde. Enquanto os recordes de calor se aproximam, especialistas reforçam atitudes individuais que determinam a construção de um futuro mais sustentável.
“A mensagem principal é que a prevenção faz toda a diferença. Com pequenas atitudes diárias conseguimos reduzir os efeitos negativos do calor e do clima seco, preservando a saúde e o bem-estar”,
conclui Maraisa.