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Candidat@(s), e por que não?

Raimundo França 08/09/2020 Artigos

Quanto mais pessoas interessadas na participação Política, maior é possibilidade de construção de uma sociedade plural

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“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.” (PLATÃO)


As eleições municipais aproximam-se, e com isso as redes sociais são turbinadas com perfis de candidatos para os legislativos e executivos municipais, de todos os tons, cores e matizes ideológicos.


Candidatos gestores, professores, advogad@s, jornalistas, enfermeiros, assistentes sociais, sociólogos, cientistas políticos, garis, donas de casas, delegados, promotores, juízes, farmacêuticos, médicos, “gregos”, “troianos”, “amadeus”, “bêbados”, equilibristas, pintores, motoristas, navegantes, influencer, jovens, velhos, adultos, sonhadores, pessimistas, realistas.


Para Max Weber, substantivamente, todos com vistas a viver da Política e/ou para Política, ou as duas coisas juntas, sendo perfeitamente legal suas motivações, sem qualquer juízo de valor, isto é, viver tanto da Política quanto para Política.


Para democracia eleitoral, melhor ainda, pois aumenta a oferta no mercado político. No entanto, para que isso ocorra, embora um dos pressupostos da cidadania política seja o direito a votar e ser voltado, fazem-se necessários que o(s) cidadão(s) tenha(m) pleno gozo do direito político e atenda(m) aos requisitos estabelecidos pela Lei (por exemplo, estar filiado e em dias com  seu partido, ter a idade mínima para o exercício do mandato, estar circunscrito ao domicílio eleitoral do pleito almejado etc.)


A repercussão das candidaturas nas redes sociais vai do apoio à ironia dos internautas àquel@s que legitimamente apresentam-se a tamanho desafio, isto é, participar do processo político eleitoral, passando a ser, que me perdoe Chico Buarque, a “genir” para os insanos, os covardes, os invejosos, os que odeiam a Política, mas que vivem exatamente dela. Afinal,  não há vida social fora do campo político.


Portanto, quanto mais pessoas interessadas na participação Política, maior é possibilidade de construção de uma sociedade plural e, sobretudo, preocupada com os rumos da Polis (cidade), fazendo com quer não haja força dominante o suficiente para aniquilar as minorias(s).


A@(s) cidadão(s) passivo(s), no processo eleitoral (o eleitor), cabe(m) a escolha de sua preferência, em virtude dos seus interesses, sejam eles materiais ou ideias.


Há muitos bons candidatos(qualificados). Talvez o que não haja, sejam bons cidadãos.


Candadat@s, e por que não?


“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.” (ARNOLD TOYNBEE).


Minha reverência aos que se colocam a este nobre desafio. Não temam ser “genir”, pois, em geral, os que protagonizam têm como telo  as pedras da multidão insandecidade.

 

Raimundo França
Cientista Político e Prof. Adjunto da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMA) e dos Programas de Mestrados: Ambiente e Sistemas de Produção (UNEMAT) e Sociologia  (UFMT). Líder do Grupo de Pesquisa: CONSTITUCIONALISMO, DEMOCRACIAS E POLÍTICAS PÚBLICAS (CONDEPPU/UNEMAT/CNPq)

 

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