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O CANSAÇO DO PÓS PARTO

Euller Sacramento 16/09/2020 Artigos

O que a mãe do seu filho(a) precisa é de alguém que esteja junto nesse barco, que possa remar quando faltar vento

Artigo 'O CANSAÇO DO PÓS PARTO'

Certa vez um homem tinha acabado de ser pai, estava feliz da vida, todo empolgado pois, a esposa tinha dado à luz a um menino, e o pai todo orgulhoso nos contando a novidade, foi assim em todo o processo de gestação, estava ansioso para ver o rosto do filho.


Ao nascer me mandou fotos do primeiro dia no hospital, o rapaz estava irradiante, afinal, eram o primogênito. Na gestação estava furioso, pois a licença paternidade era somente 5 dias para ele, então indignado foi cumprir seus 5 dias de direito. No segundo dia ele foi ao meu serviço e eu animado perguntei como estava sendo a paternidade, eis que ele diz: “Meu filho acabou de nascer, não aguento mais ouvi-lo chorar”.


Olhei pasmo e disse: como assim? Ele nasceu ontem e já não aguenta mais o choro? Como está a esposa? Se você não aguenta mais o choro dele, imagina ela que passou por toda a gestação. Ele olhou para mim e falou: quero voltar a trabalhar, não aguento, isso é demais para mim. Só não voltou, pois a lei não permitia e a empresa não aceitou até que ele cumprisse os 5 dias. Cinco dias. Cincooooooo dias.


Ele estava tão preocupado com os gritos do filho que não prestou atenção na esposa a quem tinha acabado de dar à luz, como se a mulher não precisasse de cuidados após o parto.


Homens, uma mulher no pós parto (puerpério), é uma mãe extremamente cansada. Não porque ela é fresca, independente do parto ter sido normal, natural ou cesárea, o corpo da mulher precisa de um tempo para que suas funções fisiológicas e psicológicas voltem a ser como eram antes da gestação.


Essas mudanças físicas e emocionais provocam sérios desequilíbrios em seu estado de humor, deixando-as mais sensíveis e vulneráveis. Por isso em momentos como estes, homens, o que a mãe do seu filho(a) precisa é de alguém que esteja junto nesse barco, que possa remar quando faltar vento. Não alguém que perca a paciência fácil, pois o filho(a) está chorando demais, não alguém que foge para o trabalho pois as coisas em casa apertaram. Seu filho(a) precisa que seja parceiro, assim como você sempre foi com as pessoas de fora do seu ambiente familiar, não mero espectador.

 

Euller Sacramento é psicólogo e especialista em (re)conectar pais e filhos emocionalmente. Atende na Imaginare Clínica Integrada em Tangará da Serra. Instagram @eullersacramento



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