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Carta lida por Bolsonaro na ONU foi assinada por tribo indígena de Campo Novo do Parecis

Parecis.Net 26/09/2019 Rural
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Os Paresi, tribo que planta soja e milho em seu território localizado em Campo Novo do Parecis, no Norte de Mato Grosso, foram um dos grupos indígenas que assinaram a carta lida pelo presidente Jair Bolsonaro ontem pela manhã durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

 

Na safra passada, liderados por Arnaldo Zunizakae, 47 anos, a tribo colheu soja em 10 mil hectares em uma das aldeias da Chapada dos Parecis.

 

Os Paresi estão em pé de guerra com o Ministério Público Federal e o governo há vários anos. Eles iniciaram o plantio mecanizado na aldeia 15 anos atrás em parceria com fazendeiros da região. Por conta disso, enfrentam ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e a oposição de algumas entidades indigenistas.

 

O órgão já aplicou 44 multas, que totalizam R$ 129,2 milhões, e embargou 16.200 hectares sob a acusação de os índios terem arrendado ilegalmente essas terras na safra 2017. O Ibama constatou ainda o plantio de milho transgênico na reserva, proibido por lei. Foram autuados 16 arrendatários, duas fazendas e cinco associações indígenas. Arnaldo, conhecido como Branco, admite o plantio de milho transgênico, mas nega que os Paresi tenham arrendado as terras. Com a ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai), a tribo tenta anular as multas.

 

Em fevereiro, os Paresi receberam a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que prometeu mudar a legislação para que os agricultores indígenas possam produzir em larga escala em suas terras.

 

Arnaldo falou à revista Globo Rural sobre o Grupo de Agricultores Indígenas, a carta lida pelo presidente Bolsonaro na ONU e a participação de Ysani Kalapalo, indígena do Xingu, na comitiva brasileira em Nova York.

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