Ter consciência do que você não sabe é uma das verdadeiras medidas de inteligência
Não sei! Tenho a impressão que essa é a máxima de qualquer pai ou mãe quando descobre que "alguém" está a caminho... a gente não sabe o sexo, não sabe o nome, não sabe os aspectos físicos, não sabe a cor dos olhos ou se os cabelos serão lisos ou cacheados, não sabe qual vai ser o tom de voz, não sabe o temperamento, não sabe qual vai ser sua primeira palavra, não sabe se vai se parecer com o pai ou com a mãe, a gente não sabe absolutamente nada. A gente não sabe ser pai, nem mãe.
O nosso último "desembarque paterno", com pouco mais de 1 ano e meio não diz muita coisa, mas diz o ‘NÃO SEI’ com um frequência, altura e rapidez fantástica.
Théo, cadê sua chupeta? Cadê seu chinelo? Sua camiseta? Qualquer coisa.
“Num sei!”
É um balbuciar quase que não entendível, mas é o não sei mais lindo de se ouvir. E no caso dos filhos, de se sentir, adoro não saber as coisas.
Já perdemos horas a fio tentando entender de quem ele puxou tanta energia, a vontade de subir em tudo, a fome insaciável, porque ele corre ao invés de andar, porque tropeça do nada, porque grita tão alto para tudo... porque? PORQUE? Para todas as perguntas nossa resposta é a mesma dele: não sei.
"Ter consciência do que você não sabe é uma das verdadeiras medidas de inteligência". Warren Berger, o não sei ligado aos filhos é uma dádiva, ver a "pedra bruta" ganhar lápides também, o HD ganhar memória, o papel texto, a tela cor, várias analogias, várias noites sem sono. Ainda nem comecei a me despedir dele, e da sua infância que vai me escapando pelos dedos.
Ele ainda vai apreender muita coisa, a gente também, ainda apreendemos todos os dias, mas temos plena consciência de quanto amor sentimos por ele, isso a gente sabe, e nem precisou apreender
Espero que vocês também saibam, e aproveitem bem.
PS1. Grato por nos acompanharem até aqui e pelo compartilhamento incrível das minhas experiências de neto, filho e pai, me causou muita nostalgia e alegria, cada texto é um capítulo do que vi, vivi e senti.
PS2. Théo toma muito tempo, todo tempo o tempo todo, o sentimento de "última" experiência paterna faz a gente querer aproveitar tudo, enquanto dá, e ele deixa, mesmo sabendo das limitações da nossa rotina, cada escolha é uma eterna renúncia, meu até breve dessa experiência amadora de escrita, meus professores de literatura e português ficariam surpresos com meu potencial criativo, ou não!? Não sei! Se irei voltar a escrever algum dia? Só digo uma coisa: Não sei! Não sei...
Lévender Mattos – Agrônomo de formação, pai de coração. Pai dos incríveis Gabriel, Enzo e Théo, casado com a Patrícia Fernanda “Fada”. Escreve nas horas vagas, com este já passamos por aqui 89 vezes, em 3 anos. Até a próxima temporada. Até. Idealizador da página @paiterapia. IG @levender_mattos