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POLÍCIA MILITAR – Espaço para atender às mulheres vítimas de violência é inaugurado no 7º Comando Regional

Fabíola Tormes / Redação DS 23/02/2021 Polícia

Esta é a 14ª sala instalada no Estado; outras 19 serão estruturadas

Evento realizado na segunda-feira

Espaço para atender às mulheres vítimas de violência é inaugurado no 7º Comando Regional

A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso inaugurou nesta segunda-feira, 22, a Sala 3º Sargento PM Gizely Nogueira dos Santos, destinada a Patrulha Maria da Penha em Tangará da Serra. O espaço, estruturado na sede do 7º Comando Regional da Polícia Militar, é específico para atendimentos às mulheres vítimas de violência que possuem medida protetiva, mas que seguem em situação de risco.


Presente no evento, o Subchefe do Estado Maior da Polícia Militar, coronel PM Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, contou que esta é a 14ª sala instalada no Estado, contudo o objetivo é que mais 19 sejam estruturadas ainda neste ano, de forma a atender todo o Estado de Mato Grosso. “Muito importante frisar que desde a implantação da Patrulha Maria da Penha, não houve nenhum feminicídio entre as pessoas atendidas e nem reincidência na violência doméstica naquele local que a Patrulha esteve presente”, destacou, frisando a importância do programa.


Em Tangará da Serra, conforme o comandante do CR VII, coronel PM Antônio Nivaldo de Lara Filho, a Sala Maria da Penha funcionava no 19º Batalhão da PM de Tangará da Serra e foi transferida para a sede do Comando Regional com a meta de ampliar o programa, levando-o a outros sete municípios da região, com ações de acompanhamento de vítimas de violência doméstica. “Vamos levar esse conceito para mais sete cidades sob o nosso comando”.


O evento contou também com a presença do prefeito Vander Masson, da Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania, Rosa Maria Carvalho; dos deputados estaduais Doutor João José de Matos e Elizeu Nascimento, entre outras autoridades estaduais e municipais.


“Tangará tem inúmeros casos de mulheres vítimas de violência dentro de casa e nós precisamos agir quanto a isso (…) e o município irá contribuir, fazendo as parcerias e dando apoio a subtenente Berbel naquilo que for preciso, dentro das nossas possibilidades, fazendo com que essas famílias sejam resgatadas”, destacou o prefeito.


Também presente no ato inaugural, a juíza Anna Paula Gomes Freitas parabenizou o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar em Tangará da Serra e região, contudo, lamentou a falta de uma rede para atendimento a essas mulheres vítimas de violência doméstica. “Quinze anos depois da vigência da Lei Maria da Penha, infelizmente, ainda não temos rede de proteção montada em todos os municípios. Isso é vergonhoso. Isso não é um trabalho que deve ser feito pela Polícia Militar, inicialmente. Isso é um trabalho do Executivo, mas até hoje, uma cidade do porte de Tangará da Serra, não temos essa rede montada”, lamentou a juíza, ao destacar que a primeira-dama Silvana Masson está engajada na luta. “Isso não é discurso político, mas tem certas lutas que precisamos dar preferência. Quinze anos depois e Tangará da Serra ainda está na luta para conseguir uma rede de proteção. E enquanto não temos, é a Polícia Militar que vem fazendo belissimamente esse trabalho de apoio extraoficial das vítimas de violência doméstica”.


Sala Maria da Penha

O Programa de Policiamento Patrulha Maria da Penha, coordenado em Tangará da Serra pela subtenente Mirian Berbel, é um serviço desenvolvido pela Polícia Militar em Tangará da Serra e outras cidades de Mato Grosso, oferecendo acompanhamento à mulheres vítimas de violência doméstica e que possuem medidas protetivas decretadas pelo Poder Judiciário.


“Nossa missão é fiscalizar as medidas protetivas de urgência que são deferidas pelo Poder Judiciário, mas, principalmente, garantir uma proteção a essa mulher, evitando a reincidência dos crimes de violência doméstica, principalmente o crime de feminicídio”, evidencia a Coordenadora Estadual da Patrulha Maria da Penha, Tenente Coronel Emirella Martins.


A fiscalização do cumprimento das medidas é feita com visitas solidárias, ou seja, monitoramento presencial da segurança e interação virtual com as vítimas, oferecendo, através de parcerias, serviços de saúde, educação, serviço social e palestras. O programa busca o resgate do direito à vida, dignidade e segurança das mulheres vítimas e suas famílias.


“Essa sala é um avanço dentro da Patrulha Maria da Penha, que já vinha sendo desenvolvida. Mas agora, com nova visão, o Coronel Lara (…) instituiu essa sala para que possamos não só atender em domicílio, como também termos um local para recebê-las”, agradeceu a subtenente PM Berbel.


A Sala recebeu o nome da 3º Sargento PM Gizely Nogueira dos Santos, vítima de violência psicológica praticada pelo seu companheiro e que, diante do sofrimento, tirou a própria vida em 27 de abril de 2004, aos 22 anos.
 



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