O médico mudou-se para Tangará da Serra em junho de 1975
“Nos ensinou a sermos mulheres independentes e a lutar pelo que queríamos. Sempre nos incentivou a sermos melhores todos os dias. Nosso pai era um exemplo de bondade e calma”.
Assim descrevem o pai as filhas de Marco Antônio Gonçalves, nascido em Olímpia, São Paulo, no dia 6 de dezembro de 1944, em uma família de classe média, mas que passou por muitas lutas e batalhas para conseguir chegar aonde chegou. Embora tenha nascido em Olímpia, foi criado em Fernandópolis, também no Estado de São Paulo.
Sempre foi extremamente dedicado e comprometido com o que se propunha a realizar e desde pequeno demonstrava o dom de cuidar. Sua primeira opção foi Medicina Veterinária, mas um tempo depois, percebeu que não era sua verdadeira vocação. Abriu mão dessa, e iniciou na Medicina. Para custear os estudos teve que enfrentar vários entraves e passou por momentos difíceis, mas isso jamais abalou sua vontade de vencer e a isso se dedicou. Em Pelotas, aonde fazia a faculdade conheceu Marli Terezinha Barbosa Gonçalves com quem namorou por sete anos e se casou em junho de 1975.
O casal foi convidado a conhecer Tangará da Serra e isso aconteceu na lua de mel e aqui ficaram definitivamente. Do casamento nasceram Patrícia Barbosa Gonçalves, Khris Barbosa Gonçalves Capellari e Marco Antônio Gonçalves Júnior.
Aqui também iniciaram os atendimentos, uma vez que ele já havia se formado como Clínico Geral e a esposa como Assistente Social.
O casal chegou a uma cidadezinha ainda em formação, aonde tudo tinha lá seu grau de dificuldade.
Por ter aqui amigos médicos, que foram, inclusive, os responsáveis por sua mudança para o Município, iniciou os trabalhos na Associação Tangaraense de Auxílio ao Indigente (ASTAI), e abriu seu primeiro consultório.
Com a eleição da primeira prefeita, Thaís Bergo Duarte Barbosa, foi convidado a ser secretário da Saúde da gestão, mas o que gostava mesmo era de clinicar e retornou um tempo depois a isso, abrindo mão da secretaria em questão.
Em 1978 inaugurou o Hospital e Maternidade Nossa Senhora Aparecida, que encerrou suas atividades em 2001, prestando atendimento humanizado a toda população de Tangará e região.
“Meu pai era muito carinhoso conosco e dono de uma retidão invejável”,
lembram as filhas.
Em Tangará da Serra aonde fincou suas raízes, trabalhou no Hospital Municipal e em diversas Unidades Básicas de Saúde, por aproximadamente 20 anos. Foi médico e chefe do Setor de Saúde Indígena da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na década de 90 e médico do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Embora gozasse de boa saúde, apesar de fazer uso de medicação para um problema que descobriu no coração e ser hipertenso, Marco Antônio não dava a entender que partiria tão cedo, mas a vida tem lá seus meandros. Numa manhã de domingo, em maio, sentiu-se mal e ligou para uma das filhas que com ajuda do Serviço de Atendimento de Urgência o socorreu. Após sua entrada na unidade, seu quadro foi se agravando e mesmo com sua transferência para Cuiabá, infelizmente, teve o óbito divulgado no dia 6 de junho de 2021, tendo como causa da morte um infarto.
“Meu pai era muito alegre, amava ver a família reunida, e marcava com sua sabedoria e encantamento as nossas reuniões”.
Partiu aos 76 anos deixando cinco netos, as filhas e o filho que fazem questão de dizer que o tempo que estiveram juntos foi curto demais.
Por serviços relevantes prestados à população e à cidade que escolheu para viver, terá seu nome eternizado pela administração do prefeito Vander Masson e Marcos Scolari que escolheram a Unidade Básica da Família que será inaugurada em breve no Jardim Europa para levar seu nome.