Área escolhida é próxima a Beira Rio
Um dos sonhos da deputada Amália Barros, falecida em 12 de maio deste ano, está prestes a se tornar realidade. Em encontro com o governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (clique aqui), o esposo da deputada recebeu o documento do terreno onde será construída a sede do Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular (Amália Barros), em Cuiabá, capital do Estado.
Segundo Thiago Boava, essa era uma das metas de Amália, de estender e ampliar os atendimentos às pessoas com visão monocular (quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos, enquanto no outro mantém visão normal), como era o caso de Amália que perdeu a visão aos 20 anos em decorrência de uma infecção por toxoplasmose, perdendo a visão do olho esquerdo. A parlamentar passou por quinze cirurgias e em 2016 teve que remover o olho afetado, optando por utilizar uma prótese ocular.
“É o que mudou a vida da Amália. Tive duas mulheres, uma antes da prótese e uma depois, e ela viu o bem que isso fez na vida dela e tentou fazer com que isso chegasse a outras pessoas”,
conta o esposo, ao destacar seu esforço na criação da lei que reconheceu os monoculares como deficientes físicos.
“Ela foi atrás da lei e da Michelle Bolsonaro, que a convidou para ser candidata e ela fez essa linda história de superação, que ajudou bastante gente e pretendemos poder ajudar muito mais gente”,
relata Thiago.
A área escolhida fica próxima a Beira Rio e deverá ter os trabalhos de limpeza iniciados em breve.
“Fomos lá, escolhemos o terreno mediante as opções que o governador nos deu e avalizou nossa escolha. Vamos iniciar os trabalhos para fazer essa estrutura física para poder atender a população de Mato Grosso e quem mais precisar”,
adianta.
“Vamos em busca de fundos para essa construção”,
revela ao salientar que a área a ser construída não deverá ser tão grande, girando em torno de 300 metros quadrados, no máximo.
“Sempre foi o sonho dela que o instituto crescesse, que fosse maior e com a partida dela isso tem que continuar. Fui incentivado pela Michelle e vamos seguir levando o trabalho dela [Amália] adiante para ajudar quem precisa”,
assegura Boava.
O Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular (Amália Barros) foi criado em 30 de agosto de 2021 e atende pacientes com visão monocular.
A fundadora era jornalista e tornou-se deputada federal tornando assim, o problema e as dificuldades, mais conhecidos. A mão no olho tornou-se sua marca e a permitiu abrir os olhos para uma parcela esquecida de pessoas que precisavam de amparo legal para serem vistas como eram.
O instituto nasceu devido a parlamentar sentir na pele a falta de apoio para o tratamento, o que a fez empenhar-se para a aprovação da Lei 14.126/2021, mais conhecida como “Lei Amália Barros”, que viabiliza o reconhecimento legal das pessoas com visão monocular. A lei garante à pessoa que enxerga com apenas um olho os mesmos direitos e benefícios das pessoas com deficiência.
“Mato Grosso vai ter essa sede e vamos fazer parcerias com clínicas”,
informa Thiago Boava, esposo da deputada Amália, ao salientar a preocupação da parlamentar com a qualidade das próteses dispensadas à população monocular.
“As próteses dela eram feitas em Campinas, São Paulo e ela queria que todos tivessem uma prótese com a qualidade das que ela usava e por isso ela escolhia lá, mas encarecia”,
pontua.
“O intuito nosso agora é que o máximo de estados possíveis, principalmente nas capitais, consiga chegar a ter uma clínica credenciada a nós”,
revela.
Para essas parcerias, as clínicas serão checadas e passarão por sondagem criteriosa, conforme Thiago, que adianta ainda que caso a clínica não possua material ao nível do fornecido pelo instituto, o próprio fabricante das próteses que eram usadas por Amália fará a capacitação para que se chegue no nível necessário.