O contato emocional que criamos com nossos filhos nas brincadeiras, nas conversas despretensiosas e nos momentos de puro lazer é insubstituível
Semana passada assisti um vídeo que fala do ursinho Pooh. Uma dessas histórias em um momento particularmente tocante, Christopher Robin diz a Pooh que ele não poderá mais brincar como antes, pois agora terá que ir para a escola. Essa simples frase lembra a dura realidade que enfrentamos ao crescer: a transição para as responsabilidades da vida adulta e o sacrifício das brincadeiras e momentos de alegria com aqueles que amamos.
Hoje, vivemos em um mundo onde ser bem-sucedido muitas vezes é confundido com estar ocupado. Trabalhamos incessantemente, acumulamos compromissos, e buscamos atingir metas que, embora importantes, muitas vezes nos afastam do que realmente importa: nossas relações e o tempo que conversamos com as pessoas que amamos. As pressões para ser produtivos, cumprir expectativas e “dar conta de tudo” nos levam a sacrificar momentos preciosos de nossos filhos e familiares, como se estivéssemos inconscientemente tentando validar nossa existência por meio de conquistas externas.
Este trecho me fez lembrar de algo que esquecemos conforme crescemos: a importância de ser presença. O contato emocional que criamos com nossos filhos nas brincadeiras, nas conversas despretensiosas e nos momentos de puro lazer é insubstituível. São nesses pequenos instantes que a conexão realmente floresce. As brincadeiras, muitas vezes vistas como atividades triviais, são na verdade pontes poderosas para o fortalecimento dos laços familiares. Brincar não é apenas um passatempo infantil; é uma forma de estar no presente, de compartilhar emoções e de construir uma base sólida de amor e confiança.
Em nossa busca incessante por reconhecimento, dinheiro ou sucesso, nos desconectamos das coisas que nos trazem verdadeira alegria. Muitas vezes, somos impulsionados por necessidades inconscientes, tentando preencher um vazio que não pode ser preenchido com mais horas de trabalho ou mais metas alcançadas. O contato humano, o riso compartilhado, as histórias contadas durante um jogo de tabuleiro ou uma corrida no parque – são momentos que se conectam.
Ao brincar com seu filho, está mostrando que, mesmo em meio à correria do mundo moderno, sempre há espaço para a alegria, para o contato humano e para o afeto. Isso é o que realmente molda a autoestima e a segurança emocional que levarão para o resto da vida.