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Empreendedorismo feminino: Mulheres que transformam

Illgner Curcino / Estágio de Jornalismo 19/11/2024 Geral

O dia 19 de novembro é marcado pelo Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino

Empreendedoras do Shopping Popular

Empreendedorismo feminino: Mulheres que transformam

19 de novembro, esta data busca reconhecer as contribuições e a importância das empreendedoras na economia e na sociedade, e também inspirar e motivar mais mulheres a conquistarem sua independência financeira e a superarem desafios históricos e culturais.

Empreender, especialmente para as mulheres, representa não apenas a chance de construir algo próprio, mas também de reescrever a própria história. No Brasil, dados mostram que, mesmo sendo a maioria entre os empreendedores, somando cerca de 55% dos novos negócios no país, as mulheres ainda têm bastante dificuldades, como jornada dupla entre negócio, casa e cuidar dos filhos e do lar.

Aqui em Tangará, o Shopping Popular é um microcosmo dessa realidade nacional, sendo composto majoritariamente por mulheres empreendedoras, entre elas a boliviana Elisa Gutierrez, 42 anos, que chegou ao Brasil há 27 anos em busca de uma vida melhor, e Lucineide Gomes, 55 anos, mãe solo e empreendedora há 25 anos, vinda da cidade vizinha de Barra do Bugres.

Essas mulheres fortes, que além de toparem o desafio de serem empreendedoras, aceitaram ser entrevistadas e contar sobre essa jornada.

Elisa conta que sua vinda para o Brasil não foi fácil, teve que superar muitos obstáculos e também o preconceito.

“Empreender tem que ter muita coragem e força, que mesmo passando por muitas dificuldades e apuros, não se deve desistir”.

A empreendedora também alerta sobre a questão financeira e que as mulheres devem entender sobre como administrar seu dinheiro.

“Tem que saber administrar o dinheiro que entra também, saber com o que vai gastar, porque se não houver essa administração, a gente não consegue se manter”

alertou.

Elisa também falou que empreender é uma forma de ganhar o seu espaço e mostrar que imigrantes também contribuem para o crescimento do Brasil.

A outra história inspiradora é de Lucineide, que encontrou no empreendedorismo uma maneira de garantir o sustento de sua família. Ao longo dos anos ela aprendeu a lidar com os altos e baixos do mercado e, com persistência, consolidou seu quiosque. Sua trajetória é marcada pela determinação no trabalho próprio, uma forma de dar uma vida melhor aos filhos.

“Ser empreendedora é transformar dificuldades em oportunidades”, conta Lucineide, “e isso é o que me faz seguir em frente todos os dias.”

Lucineide conta que não enfrentou muitas dificuldades sendo uma empreendedora, mas que ser dona de loja, dona de casa e ser mãe de um filho com necessidades especiais fez com que ela se desdobrasse para dar conta do trabalho.

“Dificuldades como empreendedora eu nunca tive, mas conciliar ser mãe de filho especial, dona de casa, dona de loja acaba sendo muito complicado, mas não posso reclamar, hoje tiro meu sustento daqui do shopping popular”,

afirmou.


“Nunca é tarde para começar”, afirma empresária de Tangará da Serra

Em Tangará da Serra, a história de Maria Raimunda, de 44 anos, ilustra como o empreendedorismo feminino pode transformar vidas e superar barreiras. Nascida em Caarapó, Mato Grosso do Sul, Maria chegou a Tangará ainda bebê e desde jovem buscou alternativas para sustentar a família. Começou como babá e assistente de dentista e, em seguida, passou a vender cosméticos de porta em porta, pedalando pela cidade com seu filho ainda bebê.

Mais tarde trabalhou como vendedora e depois como secretária na Apae, onde, apesar do emprego fixo, continuava vendendo produtos para complementar a renda. Determinada a crescer profissionalmente, formou-se em Pedagogia e fez pós-graduação em Psicopedagogia. No entanto, o desejo de ter o próprio negócio sempre falou mais alto, e, há dois anos e meio concretizou seu sonho ao abrir a Mari Modas, loja de roupas no centro da cidade.

“Eu sempre tive vontade de empreender, sempre gostei muito de vendas”.

Maria conta que ajudar outras pessoas a se sentir bem com as roupas da sua loja também é gratificante.

“Nós, enquanto vendedoras, empreendedoras com lojas, mexemos muito com a autoestima das pessoas, e isso é muito gratificante para mim, ver alguém saindo daqui realizada e feliz”,

afirma, ao complementar, contudo, que ser empreendedora não é fácil.

“Ser empreendedora hoje em dia não é fácil, as pessoas pensam: fulano está com a loja e está ganhando muito, mas não é assim que funciona. Para você empreender, você tem que entender que primeiro você vai adquirir e depois de alguns anos você vai conseguir ter aquele retorno”.

Maria Raimunda também exemplifica a importância do apoio e da capacitação para o sucesso.

“Tive muito apoio do meu marido nessa nova empreitada da minha vida”.

Durante sua jornada, ela aproveitou oportunidades oferecidas por entidades e pelo Sebrae, participando de cursos e palestras voltados a mulheres empreendedoras.

“O Sebrae é de fundamental importância pois nos auxilia muito com questões de saber empreender e saber o que você pode fazer para melhorar”.

Além de adquirir conhecimentos práticos de gestão, esses encontros ajudaram Maria a se conectar com outras mulheres com histórias e desafios semelhantes, fortalecendo a rede de apoio local.

“Se você quer empreender, basta começar. Veja o que você sabe fazer – doces, roupas, catálogos, o importante é dar o primeiro passo”.



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