Diário da Serra
Diário da Serra

MATO GROSSO – TCE-MT cobra notificação obrigatória de casos de Dengue, Zika e Chikungunya nos municípios

TCE - MT / Secretaria de Comunicação 03/02/2025 Saúde

A subnotificação impede que os órgãos de saúde tenham um retrato real da epidemia

Guilherme Maluf se reuniu com o secretário

O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) recomendará que os 142 municípios do estado notifiquem a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) sobre casos de Dengue, Zika e Chikungunya. A medida foi anunciada na última sexta-feira, 31 de janeiro, pelo presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social (Copspas), conselheiro Guilherme Antonio Maluf, em reunião com o titular da SES-MT, Gilberto Figueiredo.

A alta nos índices das três doenças, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, tem preocupado as autoridades de Mato Grosso. Os números, contudo, podem ser ainda maiores, já que muitas prefeituras não vêm repassando seus dados.  

Nestes municípios, classificados como “silenciosos”, a subnotificação impede que os órgãos de saúde tenham um retrato real da epidemia e planejem adequadamente campanhas de conscientização e a aplicação de inseticidas, por exemplo.

“Têm prefeituras que não estão colaborando. Então, vamos fazer esse alerta e cobrar que eles notifiquem o estado, para que se possa ter esse retrato”,

explicou Maluf.  

Figueiredo também destacou a importância dos dados para o monitoramento dos sorotipos do vírus circulando no estado, o que é fundamental para o controle e tratamento.

“É criar uma ilusão dizer que lá não tem casos, então estamos fazendo uma força com os órgãos de controle para exigir a notificação.”

Além da falta de informação, Maluf alertou que o cenário é agravado pela troca de profissionais capacitados na área da Saúde.  

“Neste ano, tivemos a transição de quase 50% de novos prefeitos e alguns deles insistem em querer trocar cargos que já estão capacitados. Isso é um problema, especialmente em um momento como esse, porque um servidor da Saúde leva anos para ser treinado”,

destacou o conselheiro.

Para o conselheiro, embora a epidemia seja previsível devido a sazonalidade das chuvas, o foco agora não é procurar culpados, mas buscar uma resposta estruturada do poder público.

“Tivemos essa conversa para entender quais as providências que o Estado está tomando e o secretário anunciou uma campanha publicitária que será muito importante, porque o grande tratamento para essa situação é a prevenção”,

afirmou.

Segundo o secretário, a situação exige, além do engajamento da população, já que 80% dos focos do mosquito está nas residências, o comprometimento dos gestores.

Diário da Serra

Notícias da editoria