Diário da Serra
Diário da Serra

A colmeia do “mel amargo”

Gregório José 16/12/2024 Artigos

“Mel só adoça a vida de quem vigia o que produz. O Vale das Abelhas Douradas mostrou que promessas vazias não enchem favos e que dividir esforço é tão importante quanto compartilhar o mel. Para florescer de novo, as abelhas precisam lembrar: união e ação são mais fortes do que palavras doces de zangões preguiçosos”

A colmeia do “mel amargo”

Em uma clareira ensolarada, havia um reino chamado “Vale das Abelhas Douradas”. Por gerações, o vale foi famoso por sua abundância de mel: dourado, doce e suficiente para todos. Os habitantes do vale, as abelhas operárias, trabalhavam arduamente, enquanto os zangões governantes cuidavam da organização da colmeia.

Um dia, o líder dos zangões subiu em uma flor alta e anunciou:

“Construiremos a maior colmeia do mundo! Ela será o símbolo de nossa grandeza e trará mel para todos por gerações!”

As abelhas operárias aplaudiram. Trabalhariam mais, voariam mais longe e fariam sua parte para realizar o sonho da colmeia monumental.

Favores de Cera

Os trabalhos começaram e, no início, tudo parecia promissor. Mas algo estranho começou a acontecer. Enquanto as abelhas operárias se esforçavam para coletar néctar, os zangões passaram a usar o mel para construir salões luxuosos para si mesmos.

“Precisamos desses salões para governar melhor”, justificavam.

Mais tarde, começaram a pedir favores de cera:

“Deixem um pouco de sua cera aqui. Usaremos para reforçar os alicerces da nova colmeia.”

As abelhas operárias, cansadas, entregaram o que tinham. Afinal, acreditavam na promessa de um futuro doce.

Palavras em vez de néctar

Mas os favores de cera não foram suficientes. Quando as reservas de mel começaram a diminuir, os zangões convocaram uma nova assembleia:

“Tragam mais mel! É um sacrifício temporário para um bem maior. Confiem em nós!”

Porém, em vez de néctar, as abelhas recebiam discursos. As flores pareciam mais distantes, os campos menos produtivos, e o pouco mel que chegava ia direto para os salões dos zangões.

Cansadas e famintas, as operárias começaram a questionar:

“Onde está o mel prometido?”

Mas os zangões eram hábeis em distrações. Prometiam flores mágicas no horizonte e culparam as borboletas vizinhas pelos problemas.

Enquanto a colmeia enfraquecia, um novo perigo apareceu: as vespas. Elas eram atraídas pela bagunça do vale. Diferente das abelhas, que compartilhavam seu mel, as vespas roubavam e atacavam sem piedade.

As operárias, sem forças, foram incapazes de combater as vespas. Ainda assim, os zangões insistiam:

“Confiem! Em breve, flores mágicas surgirão, e nosso mel será restaurado.”

As vespas prosperaram, e a colmeia do Vale das Abelhas Douradas, outrora um lugar de fartura, tornou-se a “Colmeia do Mel Amargo”.

Moral da História: O Valor do Trabalho e da Vigilância. “Mel só adoça a vida de quem vigia o que produz. O Vale das Abelhas Douradas mostrou que promessas vazias não enchem favos e que dividir esforço é tão importante quanto compartilhar o mel. Para florescer de novo, as abelhas precisam lembrar: união e ação são mais fortes do que palavras doces de zangões preguiçosos”.


Gregório José
Jornalista/Radialista/Filósofo
Pós Graduado em Gestão Escolar
Pós Graduado em Ciências Políticas
Pós Graduado em Mediação e Conciliação
MBA em Gestão Pública

Diário da Serra

Notícias da editoria