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PEDE LEIS MAIS DURAS - Governador critica decreto de Lula que limita ação policial: "É absurdo"

João Aguiar / RD News 29/12/2024 Política

Mauro Mendes também afirmou que, caso recursos da União sejam condicionados ao seguimento das regras, prefere ficar sem receber o "dinheirinho"

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O governador Mauro Mendes (União Brasil) criticou o decreto do presidente da República Lula (PT) que regula o uso da força policial no Brasil. Em entrevista à Jovem Pan, afirmou que os índices de violência em todo o país vêm crescendo há anos e considerar os policiais como se fossem os grandes causadores disso é um absurdo.

O decreto assinado por Lula estipula condutas para uso de armas de fogo e instrumentos não letais, abordagens, buscas domiciliares e atuação dos policiais penais nas unidades prisionais. Uma das medidas principais é a proibição do uso de arma de fogo contra pessoa desarmada que esteja em fuga ou contra veículo que desrespeite bloqueio policial.

Diante de um problema grandioso como esse, das facções crescendo, a violência aumenta no Brasil inteiro e trava-se um grande debate como se uma grande solução para enfrentar o problema da violência no país é colocar a câmara na farda dos policiais, é tornar os nossos policiais como se eles fossem os grandes causadores da violência no Brasil”, disse Mauro Mendes, em entrevista ao Jornal Jovem Pan, na noite de sábado, 28.

Na entrevista, o governador ainda defendeu os agentes policiais, disse que o decreto é um absurdo e que os que praticam violência são uma minoria. “É uma mudança completa de contexto e de foco, violência hoje praticada. O Brasil teve mais de 40 mil assassinatos, é o país que mais mata em números absolutos no mundo. Isso tem que ser combatido com leis duras, com inteligência, com estratégia e não criando esse factoide”, dispara.

Para mim isso é um factoíde. Os que cometem algum erro são a minoria. É 0,0 qualquer coisa por cento que fazem isso”, completa.

Mauro Mendes disse ainda que, caso recursos da União sejam condicionados ao seguimento das regras, prefere ficar sem receber o “dinheirinho” do Governo Federal. “O dinheirinho da União é muito pouco diante daquilo que todos os estados brasileiros, inclusive o meu, bancamos com segurança pública”.

No meu estado, eu já adianto, prefiro deixar de receber esse dinheirinho e ter que seguir uma regra que eu acredito, que não vai ajudar na estratégia de melhorar o ambiente de segurança pro cidadão e para a sociedade”, pontuou

Então essa barganha de propor, olha, eu vou fazer um decreto aqui, quem não seguir minhas regras não tem o meu dinheiro. Não é assim que se negocia também, eu não gosto disso, eu não faço isso com os meus prefeitos, eu acho que o presidente não deveria fazer isso com os governadores”, concluiu o governador.

Outros governadores também criticaram duramente o decreto de Lula. A lista incluí, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.

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